sábado, 5 de outubro de 2013

Resumo da HISTÓRIA DO BRASIL



Cataratas do Iguaçu
INTRODUÇÃO

O Brasil (oficialmente República Federativa doBrasil) É uma república federativa presidencialista, localizada na América do Sul, formada pela união de 26 estados federados e pelo Distrito Federal. O país conta com 5.565 municípios, 191.480.630 habitantes, bem como uma área de 8.514.876,599 , equivalente a 47% do território sul-americano.

Em comparação com os demais países do globo, dispõe do quinto maior contingente populacional e da quinta maior área. Nona maior economia do planeta e maior economia latino-americana, o Brasil tem hoje forte influência internacional, seja em âmbito regional ou global. Encontra-se na 39ª posição entre os países com melhor qualidade de vida do planeta, além de possuir entre 15 e 20% de toda biodiversidade mundial, sendo exemplo desta riqueza a Floresta Amazónica, com 3,6 milhões de quilómetros quadrados, a Mata Atlântica, o Pantanal e o Cerrado.

Faz fronteira a norte com a Venezuela, com a Guiana, com o Suriname e com o departamento ultramarino da Guiana Francesa; ao sul com o Uruguai; a sudoeste com a Argentina e com o Paraguai; a oeste com a Bolívia e com o Peru e, por fim a noroeste com a Colômbia. Os únicos países sul-americanos que não têm uma fronteira comum com o Brasil são o Chile e o Equador. O país é banhado pelo oceano Atlântico ao longo de toda sua costa norte, nordeste, sudeste e sul.

Além do território continental, o Brasil também possui alguns grandes grupos de ilhas no oceano Atlântico como exemplo: Penedos de São Pedro e São Paulo, Fernando de Noronha(território especial do estado de Pernambuco) e Trindade e Martim Vaz no Espírito Santo. Há também um complexo de pequenas ilhas e corais chamado Atol das Rocas (que pertence ao estado do Rio Grande do Norte).

Apesar de ser o quinto país mais populoso do mundo, o Brasil apresenta uma das mais baixas densidades populacionais. A maior parte da população se concentra ao longo do litoral, enquanto o interior do país ainda hoje é marcado por enormes vazios demográficos.

De colonização portuguesa, o Brasil é o único país de língua portuguesa do continente americano

A religião com mais seguidores é o catolicismo, sendo o país com maior número de católicos nominais do mundo, havendo parcela significativa da população de confissão evangélica, além do expressivo aumento da desfiliação religiosa nos últimos anos. A sociedade brasileira é uma das mais multirraciais do mundo, sendo formada por descendentes de europeus, indígenas, africanos e asiáticos.

Descobrimentos Portugueses (1487 - 1497)

Nos séculos XV e XVI, Portugal era um reino ibérico com somente um milhão de habitantes, cercado pelo Oceano Atlântico e por uma Casa de Castela hostil na retaguarda. Depois de anos de luta contra a ocupação árabe, os portugueses voltaram sua atenção e energia para o mar e o que viesse d'além mar. Enquanto os espanhóis partiram em busca de uma rota para o Oriente, viajando em direção ao oeste, os portugueses optaram pela chamada "Rota do Sul", ao longo da costa africana.

Alcançado o Cabo da Boa Esperança, em 1487, os portugueses foram dirigidos por Vasco da Gama, através do Oceanos Atlântico e Índico, para descobrir a rota marítima para o longínquo Oriente, em 1497.

Eles já sabiam da existência de terras através do Atlântico e haviam feito algumas expedições a oeste antes da descoberta das Antilhas, por Colombo, em 1492. Guardaram esse conhecimento em segredo, entretanto, de maneira a evitar a ambição da Espanha, Inglaterra e França.

Para uma nação pequena, o segredo era o único método disponível para salvaguardar as recompensas das explorações corajosas e bem sucedidas da ambição de rivais marítimos mais poderosos, mas menos conhecedores das técnicas de navegação, em alto mar.

O Tratado de Tordesilhas (1494) definiu a questão da posse das novas terras entre Espanha e Portugal. Foi feito um acordo no qual os territórios compreendidos a leste de um meridiano situado 370 léguas a oeste das Ilhas de Cabo Verde pertenceriam a Portugal, enquanto as terras localizadas a oeste dessa linha ficariam com a Espanha.

Tal linha imaginária, de pólo a pólo, atravessou a parte oriental da América do Sul e constituiu a primeira fronteira do Brasil, embora a descoberta formal, por Pedro Álvares Cabral, só tenha acontecido seis anos mais tarde, em 1500.

BRASIL EM RESUMO - HISTÓRIA

Primeiras Colónias (1530 - 1549)

A viagem de Cabral foi logo seguida por outras expedições portuguesas. A riqueza mais explorável que os primeiros colonizadores aqui encontraram foi um tipo de madeira, o pau-brasil, que produzia uma tintura vermelha e roxa, do qual deriva o nome do País.

A ocupação organizada só teve início em 1530, quando Portugal enviou os primeiros colonizadores, com animais domésticos, plantas e sementes, para o estabelecimento de colónias permanentes. 

As colónias implantadas no Nordeste foram consolidadas. São Vicente, no litoral do actual estado de São Paulo, foi fundada em 1532, e a cidade deSalvador, mais tarde escolhida como sede do Governo Geral, foi fundada em 1549. O território era esparsamente habitado por tribos indígenas, algumas pacíficas e outras, especialmente no interior, hostis e ameaçadoras.

À medida que se expandia a colonização, tornou-se necessário o estabelecimento de um sistema administrativo. Como primeiro passo, a Coroa Portuguesa criou as Capitanias Hereditárias. Catorze dessas Capitanias - algumas maiores que Portugal - foram instaladas em meados do século XVI, e seus beneficiários, chamados donatários, tornaram-se responsáveis pela sua defesa e desenvolvimento. O sistema de Capitanias durou tempo suficiente para influenciar a configuração territorial e política do Brasil moderno.

O Período Colonial

O litoral húmido e fértil do que é hoje o estado de Pernambuco mostrou-se adequado para plantação de cana-de-açúcar e também convenientemente localizado como porto para embarcações que viajavam de Portugal para o oeste da África e para o oriente. A cana e a técnica para seu cultivo alcançaram o Brasil provenientes da Ilha da Madeira.

Um próspero comércio triangular logo se desenvolveu, baseado na importação de trabalho escravo do oeste da África para as plantações canavieiras. O açúcar era exportado para o mercado europeu, cuja demanda crescente começava a superar os suprimentos das fontes tradicionais.

União da Espanha e Portugal (1580 - 1640)

Esse desenvolvimento foi interrompido por alguns eventos ocorridos na Europa. Quando o ReiSebastião de Portugal morreu em 1578, Felipe II da Espanha o sucedeu no título para o trono em Lisboa.

De 1580 a 1640, os dois reinos peninsulares foram unidos sob a Coroa Espanhola. Assim, pelo período que durou a união dos dois países, todo o território da América do Sul tornou-se parte do mundo hispânico. Paradoxalmente, a união de Portugal com Espanha, que durou 60 anos, conferiria vantagens inesperadas para sua colónia transatlântica. Na ausência de fronteiras, tanto portugueses como brasileiros começaram a entrar no vasto interior do País. O ponto inicial dessa exploração foi a capitania de São Vicente.

A partir de sua base em São Paulo, os pioneiros avançaram a fronteira no sentido do litoral para o interior. Expedições (conhecidas como Bandeiras) à procura de escravos índios abriram seu caminho por entre as florestas, subiram com dificuldade pelas serras e avançaram em direcção ao interior. Os expedicionários(bandeirantes) ficaram conhecidos por terem capturado índios de missões jesuítas que se encontravam dispersos pelo interior do País. Os bandeirantes expandiram os limites do futuro Brasil independente.

O Amazonas passa a domínio Português (1616)

Com o reinado de Filipe II de Portugal, que também era Rei do Brasil, a imensa zona florestal de cerca de 5 milhões de Km2 passa a domínio português. A maior parte da amazónia situa-se no Brasil mas também faz parte de outros países como a Venezuela, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia. Esta enorme mancha florestal é composta por zonas de floresta virgem, tornando-se numa importante reserva ecológica conhecida como o pulmão do mundo. Indissociável da história da amazónia está o seu rio, o Amazonas, que, desde cedo, despertou o interesse dos europeus, nomeadamente dos espanhóis e portugueses. 

Os primeiros europeus que o alcançaram foram provavelmente marinheiros espanhóis. Sabe-se que os portugueses chegaram ao estuário do amazonas por volta de 1503, uma vez que este foi assinalado nas cartas de J. Reinel e Lopo Homem.

Em 1616 foi construído pelos portugueses o Fortim do Presépio, tendo estes começado, a partir de então, a ocupar esta zona. Alguma coisa Portugal teria que ganhar com os 60 anos de domínio espanhol, ou antes quem ganhou foi o actual Brasil !
Expansão Territorial (1600)

Em 1640, quando os portugueses, no reinado de D. João IV, recobraram sua independência,
recusaram-se a abandonar as terras ocupadas e colonizadas a oeste da linha original de Tordesilhas

Contestando o que tinha sido reconhecido, desde então, pelas leis internacionais, como o "uti possidetis" - o direito derivado não só do título, mas também da "posse pelo uso" -, os portugueses se estabeleceram como os donos legais das terras.

A segunda metade do século XVII viu Portugal livre do domínio espanhol, o nordeste do Brasil liberado de 24 anos de ocupação pelas forças holandesas e o enfraquecimento da economia da produção de açúcar do Brasil. 

O declínio da produção de açúcar foi seguido por um movimento das regiões produtoras em direcção aos territórios inexplorados.


Os Bandeirantes

Os Bandeirantes foram os homens valentes, que no princípio da colonização do Brasil, foram usados pelos portugueses com o objetivo de lutar com indígenas rebeldes e escravos fugitivos. Actividades e importância histórica Estes homens, que saiam de São Paulo e São Vicente, dirigiam-se para o interior do Brasil caminhando através de florestas e também seguindo caminho por rios, o Rio Tietê foi um dos principais meios de acesso para o interior de São Paulo.

Estas explorações territoriais eram chamadas de Entradas ou Bandeiras. Enquanto as Entradas eram expedições oficiais organizadas pelo governo, as Bandeiras eram financiadas por particulares (senhores de engenho, donos de minas, comerciantes). 

Estas expedições tinham como objectivo predominante capturar os índios e procurar por pedras e metais preciosos. Contudo, estes homens ficaram historicamente conhecidos como os responsáveis pela conquista de grande parte do território brasileiro. Alguns chegaram até fora do território brasileiro, em locais como a Bolívia e o Uruguai.

Do século XVII em diante, o interesse dos portugueses passou a ser a procura por ouro e pedras preciosas. Então, os bandeirantes Fernão Dias Pais e seu genro Manuel Borba Gato, concentraram-se nestas buscas desbravando Minas Gerais. 

Depois outros bandeirantes foram para além da linha do Tratado de Tordesilhas e descobriram o ouro. Muitos aventureiros os seguiram, e, estes, permaneceram em Goiás e Mato Grosso dando início a formação das primeiras cidades. Nessa ocasião destacaram-se: António Pedroso, Alvarenga e Bartolomeu Bueno da Veiga, o Anhanguera.

Outros bandeirantes que fizeram nome neste período foram: Jerónimo Leitão (primeira bandeira conhecida), Nicolau Barreto (seguiu trajecto pelo Tietê e Paraná e regressou com índios capturados), António Raposo Tavares (atacou missões jesuítas espanholas para capturar índios), Francisco Bueno (missões no Sul até o Uruguai). 

Como conclusão, pode-se dizer que os bandeirantes foram responsáveis pela expansão do território brasileiro, desbravando os sertões além do Tratado de Tordesilhas. Por outro lado, agiram de forma violenta na caça de indígenas e de escravos foragidos, contribuindo para a manutenção do sistema esclavagista que vigorava no Brasil Colónia.

Descoberta do Ouro (1690 - 1800)

A descoberta do ouro foi a mais importante consequência das expedições que partiram de São Paulo para o interior. A corrida ao ouro atraiu milhares de pessoas provenientes das plantações do litoral, além de novas levas de imigrações de Portugal. Outras consequências foram o crescimento da criação de gado no interior, para prover carne e couro para os centros de mineração, e o surgimento de novas cidades no que é hoje o estado de Minas Gerais.


Ao todo, aproximadamente 1.000 toneladas de ouro e 3 milhões de quilates de diamantes foram extraídos da região entre 1700 e 1800. A crescente extracção de ouro no Brasil trouxe um ciclo de desenvolvimento importante, que influenciou o curso dos acontecimentos não só na Colónia como na Europa.

Embora o ouro fosse controlado por Portugal e embarcado para Lisboa, ele não permanecia lá. A Inglaterra, de acordo com o Tratado de Methuen, de 1703, supria Portugal com produtos têxteis, que eram pagos com o ouro das minas brasileiras.

O ouro brasileiro que ia para Londres ajudou a financiar a Revolução Industrial.

Os produtos ingleses dominaram o mercado brasileiro, acabando com qualquer oportunidade de competição e desencorajando qualquer actividade industrial no Brasil.

Aplicações do ouro do Brasil - Talha Dourada

Talha dourada é uma técnica escultórica em que madeira é talhada (esculpida) e posteriormente dourada, ou seja, revestida por uma película de ouro. Esta técnica, principalmente associada à arquitectura, teve um período de grande aplicação na península Ibérica e respectivas colónias durante o barroco onde se dá destaque ao jogo de volumes. 

Órgão da Igreja Santa Catarina em Lisboa
Tornou-se num dos principais cunhos do barroco do norte de Portugal, a par do azulejo, nos séculos XVII e XVIII, especialmente no interior de igrejas e capelas em altares e retábulos. Para uma encomenda de talha dourada era necessário o trabalho de vários artesãos sob a orientação de um mestre.

Mosteiro de Tibães
Igreja de Camarate

Igrejas como estas, capelas, mosteiros e palácios, existem aos milhares por todo o Portugal. A talha dourada é um modo muito impressionante e relativamente simples de transformar um espaço num local de luxo e ostentação pois a madeira é facilmente esculpida e coberta com folha de ouro. O resultado adapta-se ao gosto da época, é mais barato e mais impressionante do que recorrer a outros tipos de decoração, tecnicamente mais exigentes, como a escultura ou a pintura. 

Os custos da estrutura decorativa ficam aquém do valor necessário para o mesmo trabalho noutro suporte (excepto o azulejo), porque a quantidade de ouro necessária é relativamente pouca.

O ouro e os diamantes do Brasil

O ouro brasileiro marcou o período do final do século XVII - com a descoberta em Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso e Goiás - até o final do século XVIII - quando a população brasileira passou de, aproximadamente, 300 mil para 3 milhões de pessoas.

No apogeu da mineração no Brasil – entre 1750 e 1770 - Portugal enfrentava dificuldades econômicas internas e sofria pressão exercida pela Inglaterra, que se industrializava e se consolidava como potência hegemônica. O ouro brasileiro passava a representar a esperança de trabalho e enriquecimento. Milhares de portugueses migraram para o Brasil e o português se impõe como língua nacional.

A mineração deslocou o eixo social do Brasil colônia do litoral para o interior e levou à mudança da capital – de Salvador para o Rio de Janeiro, cidade de mais fácil acesso às regiões mineradoras. 1

O ouro trouxe prosperidade para as cidades mineiras que viviam da extração e enriqueceu famílias, cujos filhos foram mandados para estudar na Europa. Ao voltar, esses jovens disseminaram as ideias iluministas e a estética árcade – daí o fato de o Arcadismo ter tido particular importância em Vila Rica (atual Ouro Preto). No Brasil, o leitor, não só os jovens da elite mas um público mais geral – conquistado pela clareza e simplicidade da poesia árcade - passou a consumir da literatura aqui produzida.

Produção de ouro nas Minas Gerais
1697
1699
1705
1715
1739
1744
1754
1764
115 Kg
725 Kg
1,5 Ton
6,5 Ton
10 Ton
9,7 Ton
8,8 Ton
7,6 Ton

Num total de cerca 44.940 Kgs de ouro, 44.940.000 gramas, que ao preço de hoje a 29,6 euros por grama, valeriam cerca de 1.330.000.000 euros, mas que em relação à época equivaleriam a muito mais !

Diamantes

Os primeiros diamantes no Brasil foram encontrados por volta de 1729 na região do rio Jequitinhonha, tendo logo despertado a atenção da Coroa Portuguesa. A primeira legislação visando regulamentar a sua exploração foi o Regimento dos Superintendentes e Guardas-mores das Terras Minerais, comum a toda a região. 

Esse regulamento genérico despertou viva resistência entre os mineradores e, em termos fiscais, mostrou-se ineficaz com relação aos diamantes, cujas características (pequenas dimensões e elevado valor) incentivavam a sua ocultação e contrabando.

Mineração dos diamantes em 1770

O seu principal centro produtor foi o Arraial do Tijuco (atual Diamantina), na Comarca do Serro do Frio, marcado, além do seu natural isolamento geográfico, pela severidade da igualdade legislação diamantífera – materializada, por exemplo no chamado "Livro da Capa Verde" - e pelo rigor da fiscalização da Metrópole. Em 1734 ali foi instituída a Intendência dos Diamantes.

No ano seguinte (1735), a extração foi proibida por cinco anos, até que se encontrasse uma maneira mais eficaz de controle por parte da Coroa, e, principalmente, até que se recuperassem os preços internacionais do quilate, abalados pela adundância da oferta.

Superada esta fase inicial, institui-se, em 1740, o sistema de arrematação por contratos, que perdurou até 1771. Os historiadores indicam que, entre 1740 e 1770, foram extraídos mais de 1.666.569 quilates, levando à queda, em 02%, do preço dos diamantes no mercado mundial.

A partir de 1771, foi criada a Real Extração, sob controle direto da Coroa. Este sistema perdurou até mesmo depois da Independência do Brasil (1822), sendo a Real Extração extinta por Decreto apenas em 1832. Estima-se que neste período, até 1810, cerca de três milhões de quilates foram extraídos.

Café
O sucesso da mineração de ouro e diamantes, assim como o do plantio da cana-de-açúcar, foi seguido pela ascensão de uma fonte de riqueza ainda mais importante - o café. Assim como a mineração provocou a migração de gente de Pernambuco e da Bahia rumo ao sul, paraMinas Gerais, o crescimento das plantações de café fez avançar o povoamento de terras desabitadas mais para o sul.

O café chegou pela primeira vez ao Brasil, via Guiana Francesa, no século XVIII. A primeiras plantações foram feitas em regiões bem providas de mão-de-obra escrava no interior do estado do Rio de Janeiro. 

A abolição da escravatura e a imigração europeia para o estado de São Paulo, no final do século XIX, entretanto, fizeram com que as plantações de café fossem formadas mais para o sul, em regiões nas quais as condições do solo, de clima e de altitude combinaram-se para criar condições ambientais ideais.

O ambiente favorável, por sua vez, fez do Brasil o maior produtor de café do mundo.Outro acontecimento importante da metade do século XVIII foi a transferência da sede do Governo Colonial. Após mais de 200 anos em Salvador, a capital foi transferida para o Rio de Janeiro, passando a se localizar mais próximo dos centros populacionais em crescimento nas regiões do sul e de onde era possível controlar a principal rota de acesso a Minas Gerais.

A Independência - Sentimento de Nacionalidade

O papel que coube a Portugal durante o período de seu domínio no Brasil foi o de intermediário entre a colónia produtora e os centros económicos europeus consumidores. O facto de ter a Inglaterra permanecido como principal parceira comercial de Portugal durante esse período é bastante importante. Vários acordos comerciais foram assinados entre os dois Governos (1642; 1654; 1661; 1703; 1810; 1826) favorecendo sempre o desenvolvimento do mercantilismo inglês por meio da parcela obtida pelo comércio colonial de Portugal.

Ao monopolizar o comércio com o Brasil, Portugal reteve parte substancial dos lucros, o que levou a um crescente descontentamento entre os colonos. Desde as invasões holandesa e francesa na região Nordeste, no início do século XVII, vinha-se desenvolvendo em território brasileiro um sentimento nacionalista, adquirido na luta para expulsar os invasores.

Os movimentos de inquietação, provocados pelo ímpeto de garantir liberdade política, começaram com mais seriedade no início do século XVIII. Embora o conceito de Independência fosse generalizado, alguns movimentos contra as autoridades portuguesas tinham, claramente, proporções regionais.

A Conspiração de Minas (Conjuração Mineira), o mais significativo desses movimentos isolados, aconteceu no centro da região de mineração do ouro. Seu entusiasmado líder era um jovem oficial da cavalaria, Joaquim José da Silva Xavier, apelidado "Tiradentes".

Encontrou apoio principalmente entre os intelectuais, imbuídos dos mesmos ideais de liberdade que inspiraram os Enciclopedistas Franceses e os líderes da Revolução Americana. No entanto, a conspiração foi descoberta e seus líderes receberam sentenças cruéis.

Tiradentes foi enforcado em praça pública no Rio de Janeiro. Outros movimentos, alguns dos quais com amplo apoio da população, ocorreram em Pernambuco e Bahia, onde o declínio da economia açucareira agravou os problemas criados pela subordinação a Portugal. 

Nenhum deles, entretanto, foi suficientemente importante para abalar o domínio de Portugal na época.

Transferência da Corte Portuguesa para o Brasil (1808 - 1821)


Em 1980, quando as forças de Napoleão começaram a invadir Portugal, tomou-se a decisão de transferir o Monarca e sua Corte para o Rio de Janeiro, onde permaneceram até 1821. 

O Goveno Britânico envolveu-se nessa transferência, providenciando os navios necessários para a Família Real, e aproveitou-se da difícil situação de Portugal para obter ainda mais privilégios comerciais.

A abertura dos portos brasileiros às nações amigas, em 1808, logo após a chegada de D. João VI, reforçou a dominação inglesa. O acordo deu à Inglaterra o monopólio em novos mercados, com direitos garantidos e preferências comerciais. 

O estabelecimento da administração real na Colónia, pelo período de 14 anos, acelerou a marcha em direcção à Independência.

A Coroa Portuguesa, consciente ou não, tomou certas medidas que amenizaram a transição para a Independência. A ascensão do Brasil, em 1815, do status de colónia para o de Reino Unido com Portugal, pode ser um exemplo, como também o é o facto de que, embora o domínio de Napoleão tenha terminado em 1815, o rei D. João VI tenha preferido ficar no Rio de Janeiro. 

Seis anos mais tarde, em 1821, o Rei D. João VI teve que ceder às pressões políticas de Portugal. Retornou a Lisboa, mas deixou o Príncipe no Rio de Janeiro, com o título de Regente Vice-Rei. Na presença de membros da sociedade colonial, o Rei supostamente o advertiu: "Pedro, meu filho, quando chegar a hora, coloque a Coroa em sua cabeça, antes que um aventureiro o faça"

A Família Real no Brasil

No princípio do século XIX a Europa foi sacudida por uma guerra longa e violenta. Napoleão, imperador da França, grande general, organizou um exército poderosíssimo e invadiu vários países somando vitórias. Para derrotar os ingleses, imaginou um estratagema: obrigar as outras nações a fecharem os portos à Inglaterra, que sendo uma ilha ficaria isolada e muito enfraquecida sem poder comerciar.

Acontece que Portugal e Inglaterra eram velhos aliados e faziam muitos negócios entre si, por isso os portugueses decidiram não obedecer. Napoleão ficou furioso, preparou um exército de 30.000 homens comandados pelo célebre Junot e ordenou-lhe que conquistasse Portugal.

Mas nesse tempo os militares deslocavam-se a pé ou a cavalo, tinham que carregar armas e bagagens, acampar pelo caminho, ou seja, demoravam imenso tempo a chegar ao seu destino. A notícia porém voava de boca em boca ou na bolsa de um mensageiro veloz.


Quando em Lisboa se soube que vinha aí uma invasão francesa, foi o pânico. Na altura não havia condições para enfrentar um inimigo tão forte, corria-se o risco de perder a independência.

Que fazer? Depois de muitos debates, tomou-se uma decisão: a família real devia partir imediatamente para o Brasil que nessa época era uma colónia portuguesa.

A Corte a salvo do outro lado do oceano assegurava a independência. No ano 1807, a família real era muito numerosa e incluía pessoas de todas as idades.


A rainha

D. Maria I tinha 73 anos, era viúva e enlouquecera, por isso não podia reinar. As irmãs da rainha
Maria Ana tinha 71 anos e era solteira.

Maria Benedita tinha 61 anos e era viúva 

O príncipe Regente D. João era o filho mais velho da rainha e ele é que governava em nome da mãe, por isso se diz Príncipe Regente. Tinha 40 anos, era casado com uma princesa espanhola que lhe dera oito filhos. 

A mulher do Príncipe D. Carlota Joaquina tinha 32 anos. Viera para Portugal em criança para se habituar à língua, aos costumes e ao país do noivo. O casamento efectuou-se quando ela tinha apenas 10 anos.

Os oito principezinhos

Maria Teresa tinha 14 anos, Maria Isabel tinha 10 anos, Pedro tinha 9 anos, Maria Francisca tinha 7 anos, Isabel Maria tinha 6 anos, Miguel tinha 5 anos, Maria da Assunção tinha 2 anos e Ana de Jesus tinha 1 ano

Um primo espanhol, noivo da princesa mais velha Pedro Carlos, primo de Carlota Joaquina, vivia em Portugal desde criança e era o noivo de Maria Teresa.

15 mil viajantes 

A família real não ia sozinha para o Brasil: ia acompanhada pelas pessoas que desempenhavam altos cargos na Corte e pelos funcionários e criados do palácio. Mas houve muitos nobres e muitos burgueses que decidiram ir também. Assim reuniu-se um número de viajantes espectacular: quinze mil homens, mulheres e crianças. Imagine-se então a bagagem! 

As pessoas não sabiam ao certo quanto tempo iam ficar no Brasil e como receavam que lhes saqueassem as casas, trataram de mandar encaixotar tudo o que tinha valor material: móveis, pratas, jóias, tapetes, loiças, candeeiros, cristais, quadros, livros, roupa de casa e de vestir, etc. Como sempre acontece em circunstâncias idênticas, não quiseram deixar para trás objectos e animais de estimação, por isso encaixotaram-se também brinquedos, muitas e variadas recordações. Junto com os caixotes seguiam cestos e gaiolas ocupados por cães, gatos, pássaros… e tudo se empilhou no cais entre Lisboa e Belém. 

Esses imensos volumes de todos os tamanhos e feitios, bem ou mal acondicionados, eram levados depois em botes a remos para os grandes navios ancorados no meio do Tejo. Foi grande a azáfama, enorme a confusão, mas a pouco e pouco lá se encafuaram as bagagens nos porões dos navios.

O Embarque 

No dia 27 de Novembro de 1807 começaram a chegar carruagens ao cais. Os viajantes apeavam-se e dirigiam-se à beirinha da água para tomarem lugar nos botes a remos que os levariam até aos navios. Tinha chovido muito nos dias anteriores, o chão estava enlameado, as pessoas escorregavam, amparavam-se umas às outras para não caírem, tentavam evitar as poças de água.

Esse saltitar exterior correspondia certamente a um saltitar interior, pois se a ideia de escapar aos exércitos de Napoleão proporcionava alegria e alívio, o facto de se verem obrigados a deixar a sua terra era motivo de tristeza e desolação. Lisboa em peso acorreu para assistir ao embarque. Uns rodeavam os marujos no cais, outros penduravam-se nas janelas ou espalhavam-se pelas colinas sem saber o que pensar daquela cena nunca vista.


Então a família real ia-se embora em bloco, e as famílias mais importantes também, levando consigo tantas riquezas para o outro lado do mundo? Seria de facto essa a única solução para resolver o problema de invasão iminente? E que aconteceria aos que ficavam quando chegassem os franceses?

Os mais pessimistas provavelmente anunciaram desgraças sem fim, garantiram que os franceses iam tomar conta de tudo e que a família real nunca mais voltaria. Com certeza houve quem chorasse muito de comoção, de tristeza, de medo. E o choro redobrou quando viram que a velha rainha D. Maria berrava e lutava, tentando recusar-se a embarcar. Coitada! Aquela é que dificilmente tornaria a ver o seu país…

A Armada A armada que levou a Corte para o Brasil incluía vários tipos de navios: naus, brigues, fragatas, escunas, bergantins e corvetas. Alguns eram enormes, bem armados de canhões, capazes de transportar muitos passageiros e grandes quantidades de carga. Outros eram mais pequenos e mais velozes. Além dos navios ao serviço da Corte, foram para o Brasil mais quarenta alugados por particulares que se meteram ao caminho à sua própria custa. Uma esquadrilha de quatro navios ingleses acompanhou a armada para dar apoio em caso de ataque no mar alto. O comandante da armada era Manuel da Cunha Sotomaior.

Naus

Rainha de Portugal (74 canhões)
Nesta nau viajou D. Carlota Joaquina com alguns dos filhos mais novos. 

D. João de Castro (64 canhões)
Nesta nau viajou o Duque do Cadaval, o Conde de Belmonte e o Conde de Redondo. 

Príncipe Real (80 canhões)
Nesta nau viajou a rainha D. Maria I, o Príncipe Regente e o filho mais velho, D. Pedro. 

Princesa do Brasil (74 canhões)
Nesta nau viajaram as irmãs da rainha e duas princezinhas. 

Conde D. Henrique (74 canhões) Martim de Freitas (64 canhões) 

Afonso de Albuquerque (64 canhões) 

Fragatas 

Medusa (74 canhões) - 
 Minerva (44 canhões) - 
 Jutra (32 canhões )- 
 Golfinho (36 canhões)

Brigues 

Voador (22 canhões) - Vingança (20 canhões)
Escunas a Curiosa e Bergantins o Três Corações 

A Partida Após o embarque, o que toda a gente queria era partir. Mas o tempo não permitia. Ventos contrários pareciam ter apostado em reter a armada no rio Tejo. Já se receava que os franceses chegassem a Lisboa a tempo de efectuarem um assalto ou de bombardearem os navios. Finalmente o dia 29 amanheceu lindo, puderam içar velas, levantar âncoras e fazer-se à travessia do Atlântico rumo ao Brasil. Foi por um triz: Junot entrou em Lisboa vinte e quatro horas depois! E Junot ficou a ver a frota por um binóculo !


A Viagem A viagem não foi propriamente um passeio agradável. Como os preparativos tinham sido feitos à pressa e o embarque feito à última hora, faltavam mantimentos e muitos passageiros não encontraram os seus caixotes a bordo. Na melhor das hipóteses, talvez seguissem noutro navio, na pior, talvez tivessem ficado esquecidos no cais onde não tardariam a ser pilhados. Além da perda, havia o transtorno, por exemplo não podiam mudar de roupa.

Mas enfim, lá se arranjaram como puderam. A natureza também contribuiu para agravar o mal estar, houve vendavais, o mar encapelou-se, um inferno. A maioria dos passageiros enjoou pavorosamente e além disso todos sofreram momentos de grande ansiedade porque os navios a certa altura dispersaram e como não havia recursos para comunicar à distância era impossível saber se os parentes e os amigos estavam vivos e seguiam por outra rota ou tinham sido engolidos pelo mar.

As velhas princesas no Rio de Janeiro A armada tinha um destino comum: o Rio de Janeiro. Mas nem todos puderam ir lá directos.

O primeiro a chegar foi um navio alugado por particulares que no dia 3 de Janeiro aportou na Bahia. Os passageiros anunciaram que vinha aí a família real, a cidade ficou na maior excitação e o governador começou a tomar medidas para receber tão ilustres visitantes.

A 14 de Janeiro foi a vez do Brigue "Voador" ancorar no Rio. Depois, a pouco e pouco, foram chegando os outros - todos os outros - pois a Natureza rugira e fizera alguns estragos mas nada de irremediável. Só a nau D. João de Castro, bastante danificada, se viu na iminência de ir ao fundo, tendo no entanto alcançado a costa a tempo de evitar o naufrágio e aportado em Paraíba. Três dias depois da chegada do brigue "Voador", entraram na Baía de Guanabara cinco navios da armada portuguesa e três da esquadrilha inglesa. 

A bordo da nau "Princesa do Brasil" estavam as duas irmãs da rainha - já velhas, muito velhas, pois naquela época era pouco vulgar atingir os 70 anos. Nunca nenhuma delas navegara no alto mar, portanto a experiência de meses a bordo suportando o balanço das ondas deixara-as abaladíssimas; além disso, ficaram aterradas ao verificarem que a nau onde viajava D. João não aparecia. Ele era o sobrinho querido, o Príncipe Regente, a autoridade máxima. 

Que fazer na sua ausência? A única coisa que lhes ocorreu foi esperar. Não se sentiam com coragem para enfrentar uma terra desconhecida sem a presença protectora do Príncipe e não houve força nem argumentos que as fizessem desembarcar. Durante trinta longos dias, em vez de olharem as belezas naturais daquela região paradisíaca, voltavam-lhe as costas e perscrutavam o horizonte na esperança de verem uma vela ao longe. 

Diz-se que todas as manhãs, ao acordar, perguntavam uma à outra "O nosso João, já terá chegado?" Aflitíssimas rezavam orações sem fim pedindo a Deus que lhes trouxesse o resto da família sã e salva Só desembarcaram a 17 de Fevereiro, depois de lhes terem jurado que o resto da família se encontrava na Bahia rodeada de carinho e atenções e que em breve se poderiam abraçar.

A Chegada à Bahia 

Os passageiros dos navios que os ventos do destino levaram à Bahia por lá ficaram durante um mês. Entre esses passageiros estava D. João - o Príncipe Regente -, a mulher e os filhos. Ao que parece, D. João mostrou-se maravilhado com o Brasil desde o primeiro momento e caiu nas graças dos baianos que o festejaram com a maior alegria. 

Enquanto permaneceu na cidade recebeu todas as pessoas que solicitaram audiência, ouviu pedidos e sugestões e tomou uma série de medidas que agradaram ao povo como por exemplo: abriu os portos do Brasil ao comércio directo com o estrangeiro, deu autorização para que se construísse um hospital, uma Escola de Medicina, várias fábricas. 

A população exultou, pois percebeu que a presença da Corte significaria progresso. Não faltou quem pedisse a D. João que desistisse de ir para o Rio de Janeiro e instalasse a Corte na Bahia. Argumentavam ser a cidade mais central e portanto mais conveniente, ofereciam-se para reunir verbas e construir um palácio de grande categoria… D. João agradeceu, sensibilizado com tantas demonstrações de amizade, mas não pode ceder. Já tinha anunciado às Cortes europeias que ia para o Rio de Janeiro, convinha manter a decisão.


No dia 26 de Fevereiro a família real e os acompanhantes despediram-se voltaram a embarcar, zarparam para sul. 

Preparativos no Rio de Janeiro No Brasil o representante do rei de Portugal tinha o título de vice-rei. Na época o vice-rei era o Conde dos Arcos, que deu voltas à cabeça para organizar uma recepção devidamente animada e elegante e para preparar alojamentos onde instalar tanta gente. Em 1808 viviam na cidade do Rio de Janeiro cerca de 60.000 pessoas. 

 Chegarem mais 15.000 de um dia para o outro era uma espécie de avalanche, uma "avalanche humana". Mas o Conde de Arcos não se atrapalhava com facilidade. Começou por despejar o Palácio dos vice-reis(1) e mandou limpar tudo muito bem para poder funcionar como residência real. 

 Como este Palácio não tinha capela e ele sabia que as pessoas da Corte estavam habituadas a capela privativa, chamou carpinteiros e ordenou-lhes que construíssem rapidamente uma ponte de madeira ligando directamente o Palácio à Igreja do Carmo, que ficava ao lado.

Quanto a estas medidas, toda a gente achou muito bem. Mas como ele requisitou algumas habitações particulares para alojar gente da Corte, houve proprietários que ficaram fulos com o abuso. No entanto, a maioria da população estava delirante. Nunca uma família real europeia pisara terras da América do Sul. Receber reis, rainhas, príncipes e princesas fazia as pessoas sentirem-se como personagens de contos de fadas. E a alegria natural dos habitantes do Brasil transformou logo os preparativos em grande festa.

1) O Palácio dos vice-reis ainda hoje existe. É uma casa bonita, situa-se na Praça XV de Novembro e ali funciona um centro de Arte.

Uma Entrada Triunfal 

A armada reunira-se de novo e ancorara em frente ao Pão de Açúcar. Impossível descrever a euforia a bordo e em terra. Toda a gente ansiava pelo momento em que os canhões dariam sinal de desembarque. E isso aconteceu pelas quatro horas da tarde do dia 4 de Março de 1808. Ao primeiro "Boum", D. João desceu para um bergantim seguido da mulher e dos filhos. 

 Enquanto os remadores faziam avançar a embarcação para o cais, os canhões atroaram os ares com salvas de boas vindas, repicaram em simultâneo os sinos de todas as igrejas, estalaram foguetes, bandas de música puseram-se a tocar, as pessoas davam vivas no maior entusiasmo. Guardas de honra formavam alas desde o cais à Igreja do Rosário onde estava tudo preparado para uma cerimónia religiosa destinada a dar graças a Deus pelo sucesso da viagem.


D. João, D. Carlota Joaquina e os principezinhos seguiram em cortejo pelas ruas atapetadas de folhagens. As janelas das casas em redor tinham sido enfeitadas com grinaldas de flores, colchas de seda encarnadas e azuis. E as famílias vestidas com as melhores roupas e ostentando as melhores jóias debruçavam-se nas janelas a aplaudir. 

 Consta que D. João sorria e acenava feliz por se ver tão acarinhado. E que D. Carlota Joaquina chorava, talvez de comoção. Ninguém reparou especialmente nas reacções do pequeno príncipe D. Pedro. Com nove anos, perante um ambiente colorido, barulhento, festivo, só podia estar maravilhado. Não podia era adivinhar que o destino tinha planos para entrelaçar a sua vida com o futuro daquela terra e daquela gente…

Residências reais 

A família real, além do Palácio dos vice-reis que pertencia à coroa e foi posto à sua disposição, recebeu de presente uma quinta magnífica - A Quinta da Boa Vista em S. Cristóvão -, oferecida por um colono rico e amável. Essa quinta tornou-se a residência preferida de todos.(1)(1) Actualmente o Palácio de S. Cristóvão é o Museu de História Natural e Etnologia. A Quinta é um parque onde há plantas de todo o mundo.

D. João VI no Rio de Janeiro

Com a chegada de D. João VI, o Rio de Janeiro entrou em ebulição. Várias transformações marcaram o cenário político-social da cidade: o Decreto da Abertura dos Portos às Nações Amigas transformou o porto do Rio num importante centro financeiro-comercial; o crescimento populacional foi outro factor marcante, devido ao grande número de nobres e funcionários da corte portuguesa que formavam a comitiva do rei; a criação do Banco do Brasil e de novas instituições administrativas, trazendo para o Rio de Janeiro os ares da metrópole. Os hábitos culturais se modificaram, pois fazia-se necessário satisfazer a demanda de uma aristocracia que valorizava a cultura europeia. 

D. João VI encontrou uma cidade pobre, sem planeamento urbano e saneamento básico, com ruas estreitas, sujas e apinhadas de escravos, ambulantes e "bugres", escravos responsáveis pelo despejo de dejectos na baía. O Paço Imperial, residência oficial do Vice-Rei, possuía uma arquitectura pobre, sem adornos, ainda no estilo colonial "porta e janela", sem mobiliário adequado para receber um monarca e, sobretudo, muito pequeno para abrigar a comitiva real.

Outras residências serviram de abrigo para a corte: o Convento das Carmelitas, onde ficou D. Maria I; a Casa do Trem (actual Museu Histórico Nacional); o prédio da Cadeia, vizinho do Paço, que virou residência de aristocratas. Não satisfeito, D. João decretou que as melhores casas da cidade fossem cedidas para os nobres que ainda não tinham moradia. Cada casa escolhida pelos oficiais do rei deveria ser desocupada imediatamente, sendo a porta carimbada com as iniciais P.R. (Príncipe Regente), que, no humor nativo, logo se transformou em "Ponha-se na rua".


Durante os treze anos de sua estadia no Brasil o regente português criou várias instituições culturais, como a Biblioteca Nacional, o Jardim Botânico, o Real Gabinete Português de Leitura, o Teatro São João (atual Teatro João Caetano), a Gazeta do Rio de Janeiro (sob censura régia), a Imprensa Nacional, o Museu Nacional, a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios.

Outras medidas que deram grande impulso à cultura foram a reorganização da Capela Real e a vinda da Missão Artística Francesa (1816), que trouxe ao Brasil nomes como Joachim Lebreton (pintor), Nicolay Antoine Taunay (pintor), Auguste Marie Taunay (escultor), Jean-Baptiste Debret (pintor), Augusto Henrique Vitorio Grandjean de Montigny (arquiteto), Sigismund Neukomm (compositor, organista e mestre-de-capela).

Festas e mais Festas Numa terra luminosa e quente como é o Brasil e no cenário maravilhoso do Rio de Janeiro, o que apetece realmente é comemorar o facto de estar vivo. Esse desejo traduziu-se (e ainda hoje se traduz) em festas espampanantes. A Corte não escapou ao sortilégio e… sucederam-se festas magníficas em que participavam não só os nobres mas também o povo cantando e dançando nas ruas iluminadas a preceito. A chegada do famoso compositor Marcos de Portugal acompanhado por muitos músicos e cantores contribuiu para abrilhantar as comemorações.

Ópera

Em 1811 houve um espectáculo de Ópera no Teatro Real do Rio de Janeiro para comemorar o aniversário de D. Maria I. O maestro foi Marcos de Portugal. O casamento da princesa Maria Teresa com seu primo Pedro Carlos

Uma das primeiras grandes festas dada pela Corte no Rio de Janeiro foi o casamento da princesa mais velha em 1810. O Brasil elevado à categoria de reino Em 1815 o Brasil deixou de ser uma colónia portuguesa e foi elevado à categoria de reino unido com Portugal. Naturalmente não faltaram desfiles e bailes. A coroação de D. João VI


No ano 1816 morreu a velha rainha D. Maria I. D. João há muito que governava pois a mãe enlouquecera, mas só nesse ano subiu ao trono como D. João VI. 

Houve um período de luto e só em 1818 se realizaram as ricas e faustosas cerimónias para festejar a coroação

O casamento do príncipe herdeiro D. Pedro, sendo herdeiro do trono dos Reinos Unidos de Portugal e do Brasil, só podia casar com uma princesa que pertencesse a uma família real muito antiga e de grande prestígio. 

A escolha recaiu na princesa Leopoldina, filha dos imperadores da Áustria. O embaixador português foi a Viena apresentar o pedido, houve negociações, chegou-se a um acordo e Leopoldina viajou para o Rio de Janeiro ao encontro do noivo. O casamento realizou-se em 1817 e foi um acontecimento!

Artistas franceses no Brasil 

D. João VI quis decorar os palácios com obras de arte. Na época usava-se cobrir as paredes com grandes telas representando paisagens, retratos e cenas históricas. Como ainda não havia no Brasil artistas que pudessem executar um trabalho de grande qualidade, o rei escreveu ao embaixador que estava em Paris e pediu-lhe que contratasse pintores franceses que quisessem ir para o Brasil. 

Debret, Pradier e Taunay aceitaram o convite e partiram. Esses três grandes pintores realizaram autênticas "reportagens visuais" que permitem acompanhar a vida da Corte no Brasil e conhecer o ambiente que os rodeava

Cientistas austríacos no Brasil A comitiva da princesa D. Leopoldina incluía cientistas que tinham sido contratados pelo imperador da Áustria para acompanharem a filha ao Brasil e por lá ficaram alguns anos a estudar a fauna, a flora e os minerais daquela terra longínqua que tanta curiosidade despertava na Europa.

Esses cientistas embrenharam-se no mato, fizeram registos sobre o que viram e recolheram espécies de plantas, animais e minerais. Como nesse tempo ainda não se tinham inventado as máquinas fotográficas, os cientistas fizeram-se acompanhar de desenhadores e pintores para eles se encarregarem das imagens. Assim, no regresso, poderiam dar a conhecer ao "velho mundo" as surpresas do "mundo novo"

Um Arsenal ao seviço do Rei 

A vinda da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808, representou o início da formação de uma nova nação. A abertura dos portos, o livre comércio, a introdução de hábitos culturais e industriais e a elevação à condição de Reino Unido contribuíram para que novas forças sociais fossem incorporadas, modificando o perfil do país-colónia e dos habitantes, especialmente sentida na cidade do Rio de Janeiro. As instituições criadas e estabelecidas, como a Biblioteca Real, o Banco do Brasil, a Praça do Comércio, o Jardim Botânico, a Imprensa Régia, as Academias de Belas Artes, Naval e Militar entre outras redefiniram o papel da cidade e do país, confirmando a citação de Oliveira Lima "o regente e rei D. João VI veio criar e realmente fundou na América, um império..."

As instituições académicas estabelecidas a partir de 1810 representaram o esforço da administração portuguesa para dar condições ao funcionamento do Estado português na colónia americana. As já existentes em Portugal foram recriadas, como o Arquivo Real, a Real Biblioteca, o Erário Público e a Academia da Marinha, dentre outras, acrescidas da Real Academia de Pintura, Desenho, Escultura e Arquitectura Civil, resultante da Missão Francesa, que chegou em 1816, e do Museu Real, em 1818. 

O conjunto arquitectónico onde se localiza o Museu Histórico Nacional, quando do estabelecimento da Corte na cidade, era composto de três edificações: a Fortaleza de Santiago, que cedeu lugar à Bateria de Santiago criada em 1567, construída numa ponta de terra que avançava sobre o mar, com a finalidade de defender a cidade contra a invasão estrangeira.

A Casa do Trem, erigida em 1762, por Gomes Freire de Andrade, conde de Bobadela, destinada à guarda dos armamentos das tropas portuguesas para reforçar a protecção contra os corsários em busca do ouro vindo de Minas Gerais; e o Arsenal de Guerra, edificado, em 1764, pelo vice-rei D. António Alvares da Cunha, conde da Cunha, no terreno entre a Fortaleza e a Casa do Trem, para o reparo das armas, fabricação de munição de artilharia, lâminas de espadas, armas de fogo e fundição. 

A fundição aliava à fabricação bélica a de peças artísticas como as primeiras esculturas fundidas em bronze, na América, em 1783, as figuras de Eco e Narciso entre outras de Valentim da Fonseca e Silva, dito Mestre Valentim (c. 1750) que adornaram jardins e praças, hoje preservadas nos museus da cidade. Antes da chegada da Corte, o Arsenal tinha seu funcionamento restrito em comparação aos europeus, visando evitar concorrência com a Metrópole. 

Esse panorama só se modificou com a presença de D. João VI, quando o Arsenal do Trem (como também era denominado), passou a ter uma organização semelhante ao de Lisboa. O Alvará de 1 de Março de 1811 criou a Real Junta dos Arsenais do Exército, Fábricas e Fundição. A Casa do Trem que havia sido construída para funcionar como quartel de artilharia, devido às pequenas dimensões, nunca teve esta função. 

Foi, no entanto, aproveitada para instalação da Academia Militar, provavelmente a primeira instituição de ensino superior não religiosa do Brasil. Essa Academia era o desdobramento da "Aula de Fortificações", estabelecida em 1801, atribuída ao conde de Resende, sem carácter académico e que se limitava às aulas de Desenho de Fortificações e Arquitectura Civil. O brigadeiro Carlos António Napion foi nomeado para o cargo de inspector de Artilharia, Fábrica, Fundição e Arsenais abrangendo todos os serviços da Junta e a direcção do Arsenal, denominado então de Arsenal Real do Exército.

O brigadeiro italiano, com vários anos de serviço ao governo português, era um erudito com formação em ciência. Mandou adquirir na Europa séries de amostras classificadas de minerais, segundo o sistema Werner. Estas colecções destinavam-se aos alunos da Academia Militar e constituíram uma das primeiras matrizes dos museus brasileiros.

Transformado em centro de um conjunto com funções específicas e de local de produção de equipamento militar, o Arsenal atendia à necessidade do Reino de disponibilidade de munições, uma vez que a Metrópole estava sem condições de suprir as tropas, desfrutando de um período de grande progresso. No entanto, por impossibilidade financeira e falta de pessoas qualificadas para exercer as funções de artífices as instalações não foram ampliadas. Obras nas edificações viriam acontecer somente a partir de 1835.

A Academia Militar foi instalada provisoriamente na Casa do Trem ou Real Trem, em 1811. No entanto, sem condições adequadas quanto ao número de salas, no ano seguinte, transferiu-se para o local definitivo, no Largo de São Francisco, em edificação que vinha sendo preparada desde 1739, sem conclusão. A Casa do Trem, hoje, é um importante marco histórico, uma das mais antigas edificações brasileiras preservadas no complexo do Museu Histórico Nacional guardando em suas paredes vestígios das diferentes épocas Colonial, Imperial e Republicana.

A partir de 1922, no âmbito das Comemorações do Centenário da Independência, o complexo arquitectónico passou a abrigar o Museu Histórico Nacional, criado como local de memória nacional, de construção da identidade colectiva através do universo material e simbólico de suas colecções onde se destacam os objectos relativos a D. João VI.

Ao celebrar os 500 Anos da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, nada mais apropriado que levar ao público português e brasileiro esta Exposição resgatando a imagem do rei pouco conhecido de uns e mal compreendido por outros. A análise e a reflexão sobre a formação da Nação não pode menosprezar a presença portuguesa nos diferentes séculos de história comum, que tem no estabelecimento da corte portuguesa no Rio de Janeiro um dos momentos mais simbólicos.

A fala do marquês de Caravelas, no Senado, já em 1826, lembrando o período de D. João VI reflecte o sentimento que devemos recordar: "[...]nós todos que aqui estamos, temos muitas razões para nos lembrarmos da memória do Sr. D. João VI, todos lhe devemos ser gratos, pelos benefícios que nos fez: elevou o Brasil a reino, procurou por todos o seu bem, tratou-nos sempre com muito carinho e todos os brasileiros lhe são obrigados".

A selecção de objectos iconográficos, comemorativos, documentais e pessoais das colecções dos museus Histórico Nacional e Nacional de Belas Artes, teve por critério exibir o testemunho material dos temas analisados pela Professora Doutora Maria Beatriz Nizza da Silva, como: a chegada da Corte e a expansão urbana do Rio de Janeiro; as festas; a música sagrada e profana; os espectáculos teatrais; a mudança nos hábitos dos cariocas; os artistas e naturalistas europeus; a efervescência política e a partida do rei para Portugal.

É com muita satisfação que mais uma vez o Museu Histórico Nacional, do Rio de Janeiro se une à Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses para realizar no âmbito das Comemorações dos 500 Anos do Brasil a Exposição D. João VI no Brasil: Um Rei Aclamado na América.

Nem tudo foram rosas

Enquanto a Corte portuguesa esteve no Brasil, houve guerras a norte e a sul. A norte, contra a Guiana francesa. A sul, os conflitos surgiram por causa da linha de fronteira com os territórios das colónias espanholas. Os portugueses lutaram bravamente e saíram vitoriosos mas mais tarde, quando assinaram a paz, retiraram das terras ocupadas.

O regresso a Portugal

Em Portugal as lutas com os franceses terminaram no ano 1811. Mas a Corte não regressou imediatamente porque não havia garantias de total segurança, porque a deslocação massiva de tanta gente não era fácil e talvez também porque a família real se sentia feliz no Rio de Janeiro. Em 1815 o Brasil deixou de ser uma colónia, foi elevado por D. João VI à categoria de reino, reino unido ao de Portugal.

E o tempo foi correndo, sem se falar em regresso. Mas entretanto a Europa agitava-se e havia revoluções destinadas a alterar a forma de governo. Até então os reis tinham todos os poderes, eram reis absolutos. Nesta época, sopravam outras ideias e surgiram partidos que queriam dividir o poder - os Partidos Liberais. Estes defendiam que o rei devia ter unicamente o poder de governar. Julgar os crimes, competia exclusivamente aos juízes. Fazer leis, seria tarefa para deputados eleitos pelo povo.

Entre absolutistas e liberais rebentaram muitos conflitos armados. Em Portugal estalou umarevolução no Porto, no ano 1820, os liberais alcançaram uma vitória imediata e uma das primeiras medidas que tomaram foi exigir ao rei que voltasse. D. João VI mandou preparar malas e bagagens e embarcou com toda a família excepto o príncipe herdeiro, D. Pedro, a quem deixou no Brasil como Regente.
O Grito do Ipiranga

Quando chegou a Lisboa, D. João VI foi obrigado a jurar que aceitava governar de acordo com as ideias liberais e cumpriu como pode. Mas no ano 1821 o Partido Liberal exigiu que o príncipe D. Pedro também regressasse e que o Brasil voltasse a ser considerado uma colónia portuguesa.


Acontece que no Brasil ninguém aceitou nem uma coisa, nem outra. A população já se desligara da Europa e até os portugueses que viviam no Brasil sentiam que faziam parte de outra realidade, sentiam-se brasileiros.

D. Pedro compreendia a situação. Além disso crescera, fizera-se homem, tinha casado e tido filhos em terras brasileiras. Decerto partilhava o sentir geral e sabia que chegara a hora da separação.

No dia 7 de Setembro do ano 1822, quando se encontrava em viagem perto das margens do Rio Ipiranga, recebeu uma mensagem com ordem para regressar a Portugal.

Nesse momento tomou a grande decisão. O povo pedira-lhe que ficasse, queriam coroá-lo como imperador e ele decidiu aceitar. Rasgou a mensagem e gritou :


"É tempo! Independência ou morte!"

Estava declarada a independência do Brasil, acto que ficou conhecido por "Grito do Ipiranga".

Proclamação da Independência (1822)
A oposição irritante dos políticos de Lisboa a essa situação e a influência de conselheiros brasileiros atraíram o jovem príncipe para a causa da Independência. Em um período de menos de um ano após o retorno do Rei para Portugal, em 7 de Setembro de 1822, o Príncipe da Coroa proclamou a Independência do Brasil como um Império e se fez coroar solenemente como Imperador Pedro I, em 1º de Dezembro de 1822. 

O mentor intelectual da Independência brasileira foi José Bonifácio de Andrada e Silva, um destacado geólogo e escritor brasileiro, que se tornou o mais importante e confiável dos conselheiros do Príncipe.

Enquanto os Vice-Reinos espanhóis na América tiveram que lutar veementemente por sua Independência (terminando em 18 repúblicas distintas), Portugal e Brasil resolveram a questão por meio de negociação, tendo a Grã-Bretanha como mediadora. A dominação Inglesa, já fortalecida pelas políticas de liberalismo económico, se tornou ainda mais completa após a Independência. 

Como condição para o reconhecimento da soberania brasileira, o Governo britânico obteve a revalidação e a expansão dos privilégios de 1810, o que confirmaria a dependência da economia brasileira ao centro mundial do comércio. Após um período de turbulência (1822-1824), o Brasil tornou-se Império sob Dom Pedro I que, entretanto, continuou a ser também sucessor ao trono português.

O Império - Pedro I (1822-1831)

O primeiro administrador do Brasil independente tinha uma personalidade marcante. Ele deu contribuição importante para a evolução política e social do século XIX, propiciando ao Brasil, em 1824, e a Portugal, dois anos mais tarde, constituições extremamente avançadas para a época, as quais quebravam o tabu do direito divino dos Reis. Em 1826, com a morte de D. João VI, Dom Pedro herdou o reinado de seu pai.

Entretanto, abdicou ao trono de Portugal em favor de sua filha, Maria da Glória, ainda criança, que se tornou a Rainha Maria II. Em 1831, abdicou ao trono do Brasil em favor de seu filho,Dom Pedro II, que era menor de idade.

Total decisão, tomada em parte por divergências com o parlamento brasileiro, foi motivada também por um espírito de aventura que o levou de volta a Portugal para destronar seu irmão, Miguel, que havia usurpado o trono da jovem Rainha Maria.

Pedro II (1831-1889)

Diferentemente de seu pai, D. Pedro II cresceu para se tornar um monarca rigoroso, sóbrio e preparado. Durante seu reinado de meio século, o Brasil alcançou maturidade política e cultural e a unidade do vasto país foi firmemente assegurada. Instituições sociais e políticas se desenvolveram tranquilamente e atingiram estabilidade.



Uma administração competente foi criada, a escravidão progressivamente eliminada, até sua completa abolição em 1888.

Promoveu-se a imigração europeia e planos de renda e de saúde foram levados a efeito em escala nacional.

A influência exercida pelo Imperador sobre o povo e instituições do País contribuiu para que a transição de Monarquia para República, que ocorreria mais tarde, se desse sem derramamento de sangue.

A República -

Fim do Império: Abolição da Escravatura (1888) A abolição da escravatura é frequentemente citada como a causa mais imediata para a queda da Monarquia. Com o imperador na Europa, sua filha, a Princesa Isabel, actuava como Regente. No dia 13 de Maio de 1888, diante do colapso da escravatura como um sistema funcional e cedendo a pressões dos abolicionistas, ela assinou a chamada "Lei Áurea", que aboliu a escravatura no Brasil.

A abolição foi, na realidade, resultado da antiga política britânica de pressionar o Governo brasileiro para encerrar o comércio de escravos. A luta contra esse comércio ocorreu em função dos planos de expansão das produções nas colónias britânicas (açúcar), favorecendo, portanto, o crescimento do capitalismo industrial britânico. 

Convém notar que, ao final do século XIX, a escravidão no Brasil declinou sob pressão dos trabalhadores imigrantes, cujos salários custavam menos que manter escravos. Entretanto, a "Lei Áurea" desencadeou uma reacção entre os donos de escravos, que rapidamente abalou as bases políticas da Monarquia. Após alguns meses de crise no Parlamento, o Imperador foi deposto no dia 15 de Novembro de 1889, por um movimento militar que proclamou o fim da Monarquia e o estabelecimento da República.

Federação e Sistema Presidencialista

A República recém-criada adoptou um sistema federativo de governo, que mantém as mesmas características até os dias de hoje. Na federação, as províncias do Império foram transformadas em estados. O sistema parlamentarista foi substituído pelo presidencialista. O Governo do Estado passou a ser exercido pela acção de três poderes constituídos: Executivo, Legislativo e Judiciário. A mesma estrutura foi adoptada em nível estadual. Os Presidentes eleitos sob as leis do sistema constitucional vigente governaram sucessivamente até 1930.

Revolução de 1930 e o "Estado Novo" (1930-1937)
A chamada "República Velha" durou até 1930, quando, pela primeira vez, o Governo foi tomado à força. O principal objectivo do vitorioso movimento revolucionário encabeçado por Getúlio Vargas era a reforma de um sistema eleitoral e político que, na falta de partidos nacionais fortes, havia e leito presidentes apoiados pelos governadores dos estados líderes de São Paulo e Minas Gerais.

Vargas

Os governadores, por sua vez, asseguraram as eleições de representantes no Congresso, que fossem empenhados em perpetuar a política do Governo central. Getúlio Vargas, que governou o Brasil durante os 15 anos seguintes, conquistou o poder numa época difícil. 

O País sentia os efeitos da recessão mundial, que reduziu drasticamente o preço do café.

A cena política interna viu-se afectada não somente pela crise financeira resultante mas, também, à medida que a década avançava, por choques entre minorias militantes inspiradas pelas ideias trazidas, por um lado, da Alemanha nazista e da Itália fascista e, por outro, pela ideologia comunista oriunda da União Soviética.

Autoridade e Mudança

Em 1934, após a consolidação do regime de Vargas, foi elaborada uma nova Constituição que ampliou o direito de voto e passou a permitir o voto feminino. No final de 1937, antes das eleições presidenciais, o clima político exaltado e as actividades desagregadoras levaram o Presidente Vargas a declarar estado de emergência no País. À declaração se seguiu a dissolução do Congresso, com Vargas assumindo poderes extraordinários para governar por decreto, sob uma Constituição autoritária. 

Embora fossem tempos difíceis, algumas políticas importantes foram adoptadas, como a da introdução de uma legislação avançada de bem-estar social e a reforma do sistema educacional, além de se verificar progresso substancial da industrialização, que incluiu a construção da primeira fábrica de aço do Brasil (1942-1946). 

O governo de Vargas não poderia ignorar a preferência espontânea da maioria dos brasileiros pelos aliados. O sentimento popular, aguçado pelas acções hostis das embarcações alemãs fora da costa do Brasil, forçaram o Presidente a abandonar a neutralidade. Em Agosto de 1942, Vargas declarou guerra às potências do Eixo. 

O Brasil equipou 25.000 homens da Força Expedicionária que, juntamente com o 5º Exército Americano, lutaram na Itália. O Brasil foi o único país americano, fora os Estados Unidos e o Canadá, a enviar forças armadas para o campo de guerra europeu. 

O Brasil - 2ª Guerra Mundial (1942)

BRASIL ENTRA NA GUERRA

Durante o Estado Novo (1937 – 1945), o governo brasileiro viveu a instalação de um regime ditatorial comandado por Getúlio Vargas. Nesse mesmo período, as grandes potências mundiais entraram em confronto na Segunda Guerra, onde observamos a cisão entre os países totalitários (Alemanha, Japão e Itália) e as nações democráticas(Estados Unidos, França e Inglaterra). Ao longo do conflito, cada um desses grupos em confronto buscou apoio político-militar de outras nações aliadas.

Com relação à Segunda Guerra Mundial, a situação do Brasil se mostrava completamente indefinida. Ao mesmo tempo em que Vargas contraía empréstimos com os Estados Unidos, comandava um governo próximo aos ditames experimentados pelo totalitarismo nazi-fascista. Dessa maneira, as autoridades norte-americanas viam com preocupação a possibilidade de o Brasil apoiar os nazistas cedendo pontos estratégicos que poderiam, por exemplo, garantir a vitória do Eixo no continente africano.

A preocupação norte-americana, em pouco tempo, proporcionou a Getúlio Vargas a liberação de um empréstimo de 20 milhões de dólares para a construção da Usina de Volta Redonda. No ano seguinte, os Estados Unidos entraram nos campos de batalha da Segunda Guerra e, com isso, pressionou politicamente para que o Brasil entrasse com suas tropas ao seu lado. Pouco tempo depois, o afundamento de navegações brasileiras por submarinos alemães gerou vários protestos contra as forças nazistas.

Dessa maneira, Getúlio Vargas declarou guerra contra os italianos e alemães, em Agosto de 1942. Politicamente, o país buscava ampliar seu prestígio junto ao EUA e reforçar sua aliança política com os militares. No ano de 1943, foi organizada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), destacamento militar que lutava na Segunda Guerra Mundial. Somente quase um ano depois as tropas começaram a ser enviadas, inclusive com o auxílio da Força Aérea Brasileira (FAB).

A principal acção militar brasileira aconteceu principalmente na organização da campanha da Itália, onde os brasileiros foram para o combate ao lado das forças estado-unidenses. Nesse breve período de tempo, mais de 25 mil soldados brasileiros foram enviados para a Europa. Apesar de entrarem em conflito com forças nazistas de segunda linha, o desempenho da FEB e da FAB foi considerado satisfatório, com a perda de 943 homens.

Operações da Força Expedicionária Brasileira

A Força Expedicionária Brasileira, conhecida pela sigla FEB, empregou 25.334 homens ao lado dos Aliados na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Constituída inicialmente por uma divisão de infantaria, acabou por abranger todas as forças militares brasileiras que participaram do conflito. Adoptou como lema "A cobra está fumando",em alusão a um discurso de Getúlio Vargas, que afirmou certa vez ser "mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra".

A 2 de julho de 1944, teve início o transporte do 1º escalão da Força Expedicionária Brasileira – FEB sob o comando do Gen. João Batista Mascarenhas de Morais com destino à Nápoles.

Os brasileiros constituíam uma das 20 Divisões Aliadas presentes no Front Italiano naquele momento. A FEB foi integrada ao 4º Corpo do Exército Americano (sob o comando do general Willis Crittemberger), este por sua vez subordinado ao V Exercito dos EUA (comandado pelo general Mark Clark).

FAB, (Força Aérea Brasileira) com o 1º Grupo de Caça, teve abatidos dezasseis aviões, com perda de oito aviadores. 

Apesar de ter voado apenas 5% do total das missões efectuadas por todos os esquadrões sob o XXII Comando Aéreo Táctico Aliado entre Novembro de 1944 e Abril de 1945, neste período dentro deste total, foi responsável pela destruição de 85% dos depósitos de munição, 36% dos depósitos de combustível, 15% dos veículos motorizados (Caminhões, Tanques, Locomotivas etc.) inimigos, entre outras tarefas. 

Assim, por seu desempenho teve honrosa citação do Congresso dos Estados Unidos da América.

Durante a tomada de Montese houve uma homenagem singular prestada a três soldados brasileiros que, em missão de patrulha, ao se depararem com toda uma Companhia do Exército Alemão, tendo recebido ordem para se renderem, se recusaram e morreram lutando. Como reconhecimento à bravura e à coragem daqueles soldados, pela forma como combateram, os alemães os teriam enterrado em covas rasas e, junto às sepulturas colocado uma cruz com a inscrição "DREI BRASILIANISCHEN HELDEN" (Três Heróis Brasileiros).

Eram eles - Arlindo Lúcio da Silva, Geraldo Baeta da Cruz e Geraldo Rodrigues de Souza -, existe hoje no pátio de formatura do Batalhão a qual pertenciam um monumento que os reverencia.

Força Expedicionária Brasileira

Brasil Pós-Guerra - Brasil Moderno

Com a aproximação do fim da guerra na Europa, Vargas foi forçado a renunciar, tendo sido marcadas eleições para a escolha de seu sucessor. Comparecendo às urnas pela primeira vez em 15 anos, o eleitorado deu a maioria de seus votos ao General Eurico Gaspar Dutra,que havia sido Ministro do Exército no Governo Vargas durante a guerra. Uma nova Constituição foi aprovada pela Assembleia Constituinte em 1946, mantendo-se em vigor até 1967.

O mandato de Dutra durou até 1951. Durante esse período, Vargas, que estava exilado em sua fazenda no Rio Grande do Sul, preparou-se para as eleições, vindo a colher os méritos de suas medidas progressistas no campo do bem-estar social e legislação trabalhista. Ao final do mandato de Dutra, Vargas foi constitucionalmente eleito Presidente da República. Em 1954, em meio a intensa crise política, Vargas suicidou-se com um tiro de revolver no peito. Assume a Presidência o Vice de Vargas, João Café Filho, governando de 24/8/1954 a 9/11/1955, quando deixa o cargo por motivo de saúde.

Carlos Luz governa, então, durante poucos dias e é deposto pelo ministro da Guerra, General Henrique Teixeira Lott. O Presidente do Senado Nereu Ramos assume o cargo até a posse do Presidente eleito Juscelino Kubitschek de Oliveira, a 31/1/1956.

O Brasil viveu expansão económica acelerada durante os cinco anos do governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), o fundador de Brasília. 

Foi sucedido pelo Presidente Jânio Quadros, que renunciou com menos de um ano de mandato. 

Assumiu a Presidência o então Vice-Presidente João Goulart, que prestou juramento como Presidente somente após o Congresso aprovar, em carácter de urgência, o sistema parlamentarista de governo, que reduzia drasticamente os poderes presidenciais.

Em plebiscito ocorrido quatro meses mais tarde, os eleitores decidiram pela volta do antigo sistema presidencialista. Uma inflação muito alta e a polarização política entre esquerda e direita levaram a dois anos e meio de instabilidade social e política e crise económica. Temendo a postura ideológica de Goulart, que contrariava os interesses da elite, os militares tomaram o poder em 31 de Março de 1964.

Movimento de 1964

O período de 1964 a 1985 foi de domínio militar, amenizado após 1979. Nesse período, cinco presidentes militares governaram o País. O primeiro, Castello Branco, chegou ao poder com o apoio de uma onda de sentimento anticomunista. Seu principal desafio foi estabilizar a situação política e económica do País. Com esse objectivo o Governo conquistou poderes e mecanismos adicionais através de emendas complementares à Constituição. Durante os 15 anos que se seguiram, de 1968 a 1983, o Governo baixou vários Actos Institucionais que eram, na realidade, decretos presidenciais.

Muitos dos direitos colectivos e individuais foram suspensos. Medidas de austeridade afectaram a vida política e económica. As negociações colectivas foram eliminadas, greves tornaram-se ilegais e manifestações da classe trabalhadora foram proibidas.

Por volta de 1968, no mandato do Presidente Arthur da Costa e Silva, as estratégias económicas pareciam funcionar. A inflação foi contida e firmas estrangeiras começaram a fazer novos investimentos, confiantes na estabilidade do Governo. Politicamente, entretanto, em virtude do contínuo arbítrio, o Governo foi-se tornando cada vez mais repressivo.

O Presidente Costa e Silva renunciou por motivo de doença, tendo sido imediatamente sucedido pelo General Emílio Garrastazu Médici. Entre os anos de 1967 e 1974, o Brasil desfrutou de uma das maiores taxas de crescimento económico do mundo, tendo o crescimento real medido pelo Produto Interno Bruto (PIB) alcançado 14% em 1973. 

Em meados dos anos 70, o General Ernesto Geisel, que era então Presidente, propôs um período de liberalização política que, gradativamente, levaria à democracia. Em 1979, oGeneral João Batista Figueiredo tornou-se Presidente.

Iniciou-se então o processo de "abertura", quando foram resgatados direitos políticos anteriormente revogados. Muitos exilados políticos retornaram ao País. 

Foi um ano marcado também por grande aumento da pressão popular pela re-democratização. Figueiredo manteve firme o processo de abertura. Em 1982, os governadores de estados foram eleitos directamente pela população, fato que não ocorria desde 1965.

Volta à Democracia (1985-1989)

Em 1984, aconteceram manifestações pelo País inteiro, defendendo o estabelecimento de eleições directas para a escolha do novo Presidente. Em Janeiro de 1985, Tancredo de Almeida Neves foi escolhido Presidente por um Colégio Eleitoral. Sua eleição foi significativa não somente por ser o primeiro Presidente civil eleito após





Volta à Democracia (1985-1989) 21 anos, mas também porque foi o candidato de uma coalizão de oposição. No dia 14 de Março de 1985, na noite anterior à sua posse, Tancredo foi levado às pressas para o hospital em razão de uma doença da qual já vinha sofrendo por vários meses.Fernando Collor de Mello foi eleito Presidente em Novembro de 1989, na primeira eleição directa desde 1960. 

Em 29 de Setembro de 1992, sob alegação de corrupção em seu governo, Collor teve o mandato suspenso pela Câmara dos Deputados por um período de 180 dias, sendo submetido ao "impeachment" pelo Senado, que decidiu removê-lo permanentemente do poder. 

No dia 29 de Dezembro de 1992, minutos após ser formalmente acusado de corrupção, Collor renunciou.

Mesmo assim, a maioria do Senado decidiu pelo "impeachment". Três horas mais tarde,I tamar Franco, o Vice-Presidente, prestou juramento como Presidente, para cumprir os dois anos restantes do mandato de cinco anos de Collor.

O"impeachment" de Collor pela Câmara dos Deputados, seu julgamento pelo Senado e sua renúncia marcam um novo capítulo na história política do Brasil.O Vice-Presidente José Sarney assumiu então a presidência. Com o falecimento de Tancredo, semanas depois, José Sarney fez seu juramento como Presidente, prometendo realizar o que Tancredo Neves havia prometido.


A prioridade do Presidente Sarney foi a de reunir a Assembleia Nacional Constituinte para elaborar uma nova Constituição. Nunca na história do Brasil houve tanta participação popular na elaboração de uma Constituição. Após 18 meses de discussões e deliberações, a nova Constituição foi promulgada em 5 de Outubro de 1988.

Consolidação da Democracia (1989-1998)

Em 3 de Outubro de 1994, quase 94 milhões de brasileiros foram às urnas para eleger o Presidente Fernando Henrique Cardoso pelo período de 1995 a 1998, com maioria de 53% de votos.

O Presidente eleito, um dos mais importantes cientistas sociais brasileiros, assumiu o governo com a determinação de manter a continuidade do programa de estabilização económica iniciado durante operíodo em que foi Ministro da Fazenda no governo do Presidente Itamar Franco, com o desafio de também promover mudanças económicas e sociais como a liberalização da economia e reformas nas áreas fiscal, administrativa e agrária.

No dia 4 de Outubro de 1998, cerca de 106 milhões de eleitores voltaram às urnas no País e reelegeram, também em primeiro turno, o Presidente Fernando Henrique Cardoso, para novo mandato de quatro anos.

O Fernando Henrique tentou manter a base aliada de partidos para as eleições presidenciais de 2002, o que não foi possível. A aliança PSDB-OMDB-PLF-PTB perdeu os dois últimos partidos. O segundo apoiou Ciro Gomes e o PFL não lançou candidatos à presidência da República. Lula da Silva e Serra disputaram o segundo turno em 2002.

Luís Inácio Lula da Silva

Foi eleito presidente do Brasil com aproximadamente 61% dos votos válidos. Mais conhecido como Lula. Foi o trigésimo quinto Presidente da República Federativa do Brasil, cargo que exerceu de 1º de janeiro de 2003 a 1º de janeiro de 2011.

Segundo a revista norte-americana Newsweek, Lula se encontrava no fim de 2008 no 18° lugar das pessoas mais poderosas do mundo, ocupando a liderança do ranking naAmérica Latina. Em lista divulgada pela revista Forbes em novembro de 2009, Lula foi considerado a 33ª pessoa mais poderosa do mundo. Em ambas as listas, primeira colocação mundial foi ocupada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Lula, forma hipocorística de "Luís", é sua alcunha desde os tempos em que era representante sindical. Posteriormente, este apelido foi oficialmente adicionado ao seu nome legal para poder representá-lo eleitoralmente. É co-fundador e presidente de honra do Partido dos Trabalhadores (PT). 

Em 1990, foi um dos fundadores e organizadores, junto com Fidel Castro, do Foro de São Paulo, que congrega parte dos movimentos políticos de esquerda da América Latina e do Caribe. Com carreira política feita no estado de São Paulo, Lula é o único presidente do Brasil nascido em Pernambuco. Seu patrimônio pessoal, conforme declarado à justiça eleitoral por ocasião das eleições de 2006, foi avaliado em cerca de 840 mil reais.

O vice-presidente da República é Michel Temer, o primeiro paulista a exercer este cargo. A residência oficial do vice-presidente é o Palácio do Jaburu, e seu escritório de trabalho fica em um edifício anexo ao Palácio do Planalto.

Dilma Rousseff

Dilma Vana Rousseff (Belo Horizonte, 14 de dezembro de 1947) é uma economista e política brasileira, filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT), e a atual presidente da República Federativa do Brasil.5 6 Durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a chefia do Ministério de Minas e Energia, e posteriormente, da Casa Civil.

Em 2010, foi escolhida pelo PT para se candidatar à Presidência da República na eleição presidencial, sendo que o resultado de segundo turno, em 31 de outubro, tornou Dilma a primeira mulher a ser eleita para o posto de chefe de Estado e de governo, em toda a história do Brasil.

Nascida em família de classe média alta, interessou-se pelos ideais socialistas durante a juventude, logo após o Golpe Militar de 1964. Iniciando na militância, integrou organizações que defendiam a luta armada contra o regime militar, como o Comando de Libertação Nacional (COLINA) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). 

Reconstruiu sua vida no Rio Grande do Sul, onde, junto a Carlos Araújo, seu companheiro por mais de trinta anos, ajudou na fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e participou ativamente de diversas campanhas eleitorais.

Exerceu o cargo de secretária municipal da Fazenda de Porto Alegre de 1985 a 1988, no governo Alceu Collares. De 1991 a 1993 foi presidente da Fundação de Economia e Estatística e, mais tarde, foi secretária estadual de Minas e Energia, de 1999 a 2002, tanto no governo de Alceu Collares co

A Indústria -  Introdução

Enquanto o Brasil foi colónia de Portugal (1500 a 1822) não houve desenvolvimento industrial no país. A metrópole proibia o estabelecimento de fábricas no território do Brasil, para que se consumissem só os produtos manufacturados portugueses. Mesmo com a chegada da família real (1808) e a Abertura dos Portos às Nações Amigas, o Brasil continuou dependente do exterior, porém, a partir deste momento, dos produtos ingleses.

Começo da industrialização

Foi somente no final do século XIX que começou o desenvolvimento industrial no Brasil.Muitos cafeicultores passaram a investir parte dos lucros, obtidos com a exportação do café, no estabelecimento de indústrias, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Eram fábricas de tecidos, calçados e outros produtos de fabricação mais simples. A mão-de-obra usadas nestas fábricas eram, na maioria, formada porimigrantes italianos.

Era Vargas e desenvolvimento industrial

Foi durante o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945) que a indústria brasileira ganhou um grande impulso. Vargas teve como objectivo principal efectivar a industrialização do país, privilegiando as indústrias nacionais, para não deixar o Brasil cair na dependência externa. Com leis voltadas para a regulamentação do mercado de trabalho, medidas proteccionistas e investimentos em infra-estrutura, a indústria nacional cresceu significativamente nas décadas de 1930-40. Porém, este desenvolvimento continuou restrito aos grandes centros urbanos da região sudeste, provocando uma grande disparidade regional.

Durante este período, a indústria também se beneficiou com o final da Segunda Guerra Mundial (1939-45), pois, os países europeus, estavam com suas indústrias arrasadas, necessitando importar produtos industrializados de outros países, entre eles o Brasil.

Com a criação da Petrobrás (1953), ocorreu um grande desenvolvimento das indústrias ligadas à produção de géneros derivados dopetróleo (borracha sintética, tintas, plásticos, fertilizantes, etc).

Período JK

Durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960) o desenvolvimento industrial brasileiro ganhou novos rumos e feições. JKabriu a economia para o capital internacional, atraindo indústrias multinacionais. Foi durante este período que ocorreu a instalação de montadoras de veículos internacionais (Ford, General Motors, Volkswagen e Willys) em território brasileiro.

Últimas décadas do século XX

Nas décadas 70, 80 e 90, a industrialização do Brasil continuou a crescer, embora, em alguns momentos de crise económica, ela tenha estagnado. Actualmente o Brasil possui uma boa base industrial, produzindo diversos produtos como, por exemplo, automóveis, máquinas, roupas, aviões, equipamentos, produtos alimentícios industrializados, electrodomésticos, etc.Apesar disso, a indústria nacional ainda é dependente, em alguns sectores, (informática, por exemplo) de tecnologia externa.

A Indústria automobilística instalou-se no em 1956, na cidade de Santa Bárbara do Oeste (São Paulo) com o inicio da fabricação da Romi-Isetta. Ainda em 1956 a Vemag colocou no mercado uma camioneta derivada da família F91, produzida pela DKW, montada no Brasil.

Em 1958 passou a disponibilizar sedans e camionetas da família F94 montados sob licença daDKW e com crescentes índices de nacionalização. Também produziu uma versão abrasileirada do jipe Munga e, nos anos 60, encomendou uma carroçaria refinada aos Fissore, da Itália, e a montou sobre a mecânica DKW.

Em 1959, no município de São Bernardo do Campo, foi instalada a fábrica da Volkswagen, cujo primeiro modelo produzido foi a Kombi, até hoje produzida lá e que precedeu ao famosoVolkswagen Sedan (mais conhecido no Brasil como Fusca). Entretanto, em Rio Bonito(Estado do Rio de Janeiro), já um pequeno empreendedor chamado Sebastião William Cardoso havia montado um pequeno jipe que chamou de "Tupi", movido a partir de um motor de um gerador eléctrico.

Construção aeronáutica no Brasil

A Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. é uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo, posição alcançada graças à busca permanente e determinada da plena satisfação de seus clientes.

Com mais de 39 anos de experiência em projecto, fabricação, comercialização e pós-venda, a Empresa já produziu cerca de 4.995 aviões, que hoje operam em 78 países, nos cinco continentes. A Embraer tem uma base global de clientes e importantes parceiros de renome mundial, o que resulta em uma significativa participação no mercado.

A Embraer foi a maior exportadora brasileira entre os anos de 1999 e 2001, e foi a segunda maior empresa exportadora nos anos de 2002, 2003 e 2004. Actualmente sua força de trabalho totaliza mais de 17.389* empregados, 87,7% baseados no Brasil.

*Número não inclui empregados de suas subsidiárias não-integrais, OGMA (Oficinas Gerais de Material Aeronáutico) em Portugal e HEAI.


Construção aeronáutica no Brasil - Embraer 190

A pesquisa, a tecnologia e a engenharia aplicadas são realizadas também pela maior parte nas universidades e nos sistemas dos centros de pesquisa, em contra-partida, mais países desenvolvidos tais como os Estados Unidos, a Coreia do Sul, aAlemanha, o Japão, etc.

Entretanto, há uma tendência significativa que inverte esta agora. As companhias tais como Motorola, Samsung, Nokia e IBM estabeleceram centros grandes de RDI no Brasil, começando com IBM, que tinham estabelecido um centro de pesquisaIBM no Brasil desde os anos 70. Um dos factores de incentivo para este, além do custo relativamente mais baixo, a sofisticação e as elevadas habilidades da força de trabalho técnica brasileira, foi a chamada de lei da Informática ou da Ciência da Informação, que dispensa de determinados impostos até 5% do rendimento bruto da elevação - companhias de manufactura da tecnologia nos campos das telecomunicações, dos computadores,, da electrónica digital, etc.

A lei atraiu anualmente mais de 1.5 bilhão de dólares do investimento em companhias multinacionais brasileiras de RDI. Descobriram também que alguns produtos e tecnologias projectados e desenvolvidos por brasileiros têm um competitividade agradável e estão apreciados por outros países, tais comoautomóveis, avião, software, fibras ópticas, dispositivos eléctricos, e assim por diante.

Durante os anos 80, o Brasil perseguiu uma política do proteccionismo na computação. As companhias e as administrações foram obrigadas a usarem o software e a ferragem brasileiras, com o assunto das importações à autorização governamental. Isto incentivaram o crescimento de companhias brasileiras mas, apesar de seu desenvolvimento dos produtos como MSX clones e o SOX Unix, os consumidores brasileiros de computação eram prejudicados por causa da pouca oferta comparada aos concorrentes estrangeiros.

O governo pouco a pouco foi autorizando mais e mais importações até as barreiras serem removidas. As indústrias brasileiras IT conseguiram algumas façanhas notáveis, particularmente na área de software. Em 2002, Brasil encenou a primeira eleição 100% electrónica do mundo com 90% dos resultados obtidos dentro de 2 horas. O sistema é servido, particularmente, a um país com taxas relativamente elevadas de analfabetismo desde que pisca acima de uma fotografia do candidato antes que um voto esteja confirmado.

A Indústria automobilística

A Indústria automobilística instalou-se no em 1956, na cidade de SantaBárbara do Oeste (São Paulo) com o inicio da fabricação da Romi-Isetta. Ainda em 1956 a Vemag colocou no mercado uma camioneta derivada da família F91, produzida pela DKW, montada no Brasil. Em 1958 passou a disponibilizar sedans e camionetas da família F94 montados sob licença da DKW e com crescentes índices de nacionalização.

Também produziu uma versão abrasileirada do jipe Munga e, nos anos 60, encomendou uma carroçaria refinada aos Fissore, da Itália, e a montou sobre a mecânica DKW. Em 1959, no município de São Bernardo do Campo, foi instalada a fábricada Volkswagen, cujo primeiro modelo produzido foi a Kombi, até hoje produzida lá e que precedeu ao famoso Volkswagen Sedan (mais conhecido no Brasil como Fusca). Entretanto, em Rio Bonito (Estado do Rio de Janeiro), já um pequeno empreendedor chamado Sebastião William Cardoso havia montado um pequeno jipe que chamou de "Tupi", movido a partir de um motor de um gerador eléctrico.

               Fábrica da Fiat em Betim - 2.800 carros por dia - Um carro em cada 30 segundos !

A Chevrolet e a Ford, que eram apenas montadoras de peças importadas, deram os seus primeiros passos com a fabricação de caminhões para, mais tarde, iniciarem a produção de automóveis em 1968. A seguir veio a Fiat - (Fábrica Italiana de Automóveis - Turim) instalou-se em 1976 em Betim. Instalada em Betim (MG), desde 1976, a Fiat Automóveis opera actualmente em três turnos com ritmo de produção diária de, aproximadamente, 2.800 carros.

A fábrica Fiat em Betim é a maior instalação da empresa fora de seu país natal, a Itália. Somadas, estas quatro empresas ganharam o apelido de As Quatro Grandes, que dominaram o mercado brasileiro, até o final da década de 1990; até então as importações eram proibidas.Vieram outras montadoras e fabricantes as seguiram, como a , Peugeot, , que montaram fábricas no Brasil, enquanto outras marcas iam sendo incorporadas, como a pela Chrysler do Brasil.

A Mercedes-Benz, que já fabricava caminhões, estabeleceu em São Bernardo uma fábrica, a Daimler Benz do Brasil, inicialmente fabricante de carroçarias de caminhão e autocarros, inaugurando a sua unidade montadora veicular em 1998, em Juiz de Fora, Minas Gerais.Diversos foram os fabricantes de automóveis genuinamente brasileiros como Puma Miura, entre outros. 

Muitos não sobreviveram a reabertura das importações no inicio dos anos 90 e à competição com modelos importados. Em Outubro de 1953, com a edição da Lei 2.004, a constituição da Petrobras foi autorizada com o objectivo de executar as actividades do sector petróleo no Brasil em nome da União.

O Petróleo - A Petrobras

A Petróleo Brasileiro S/A - PETROBRAS iniciou suas actividades com o acervo recebido do antigo Conselho Nacional do Petróleo (CNP), que manteve sua função fiscalizadora sobre o sector.

As operações de exploração e produção de petróleo, bem como as demais actividades ligadas ao sector de petróleo, gás natural e derivados, à excepção da distribuição atacadista e da revenda no varejo pelos postos de abastecimento, foram monopólio conduzido pela Petrobras de 1954 a 1997. Durante esse período a Petrobras tornou-se líder em comercialização de derivados no País, e graças ao seu desempenho a Companhia foi premiada em 1992 pela Offshore Technology Conference (OTC) (*), o mais importante prémio do sector, e posteriormente recebeu o prémio em 2001.

Em 1997, o Brasil, através da Petrobras, ingressou no selecto grupo de 16 países que produz mais de 1milhão de barris de óleo por dia. Nesse mesmo ano, em 6 de Agosto de 1997, o presidente Fernando Henrique Cardoso sancionou a Lei n º 9.478, que abriu as actividades da indústria petrolífera no Brasil à iniciativa privada

A descoberta

A descoberta de petróleo na região do pré-sal nas bacias do Sul e Sudeste do Brasil representa um marco na história daPetrobras. A avaliação do potencial petrolífero desta área indica volumes de óleo e gás que, se confirmados, elevarão significativamente as reservas da Companhia, colocando-a no grupo de empresas e países com grandes reservas de petróleo.

A camada pré-sal possui cerca de 800 quilómetros de extensão e 200 quilómetros de largura, e vai desde o litoral do Espírito Santo até Santa Catarina. A primeira área avaliada, Tupi, possui volumes estimados entre 5 e 8 bilhões de barris, o que a classificaria como o maior campo de petróleo descoberto no mundo desde 2000. As estimativas apontam que Tupi pode aumentar em mais de 50% as reservas da Petrobras.

Na segunda área avaliada, Iara, também foi comprovada relevante descoberta de óleo leve nos reservatórios do pré-sal. A estimativa de volume recuperável é de 3 a 4 bilhões de barris de petróleo leve e gás natural. As pesquisas começaram em 2005 e, de lá para cá, já foram encontradas jazidas de óleo leve nos blocos Parati, Carioca, Caramba e nos campos de Caxaréu e Pirambu, ambos na Bacia de Campos.

Um grande volume de gás natural e condensado também foi descoberto no bloco Júpiter.A meta da Petrobras é começar a produção em Tupi em 2010, com um projecto-piloto de 100 mil barris por dia (5% da produção nacional). Além do potencial petrolífero, as descobertas na região do pré-sal se diferenciam pela qualidade do óleo. A maior parte das reservas da Petrobras é de petróleo pesado.

As jazidas do pré-sal, contando hidrocarbonetos leves, gás natural e condensado, podem mudar o perfil das reservas da Companhia, reduzindo a importação de óleo leve e gás natural Primeiro óleo da camada pré-sal A Petrobras iniciou a produção do primeiro óleo na camada pré-sal, no campo de Jubarte, na Bacia de Campos, no litoral sul doEspírito Santo. Com isso a Companhia vai ampliar o conhecimento sobre as reservas do pré-sal localizadas no Espírito Santo e em outros pontos do litoral brasileiro. 

O potencial de produção do primeiro poço na plataforma P-34 (FPSO JK) é de 18 mil barris/dia. As características do óleo leve do pré-sal (30° API) exigiram investimentos de cerca de U$ 50 milhões. A produção começa com um Teste de Longa Duração (TLD), com a finalidade de observar e analisar as condições do óleo do pré-sal, tanto no reservatório quanto na unidade de processo da plataforma, e deve durar de seis meses a um ano. 

Veja abaixo imagens deste momento histórico para a Companhia: Os desafios Para chegar à camada pré-sal, a Petrobras teve que superar muitos desafios tecnológicos. A camada de sal possui cerca de 2 mil metros de espessura e a profundidade final dos poços chega a mais de 7 mil metros abaixo da superfície do mar.

No Centro de Pesquisas da Companhia estão sendo testados processos inéditos, como a abertura de cavernas no sal para servirem de reservatórios para o gás, até que entre em operação o projecto-piloto. 

Outra inovação em estudos é a geração de energia na própria área, que seria levada por cabos eléctricos submarinos até a terra.

A energia nuclear no Brasil

A procura da tecnologia nuclear no Brasil começou na década de 50, com o pioneiro nesta área, Almirante Álvaro Alberto, que entre outros feitos criou o Conselho Nacional de Pesquisa, em 1951, e que importou duas ultra-centrifugadoras da Alemanha para o enriquecimento do urânio, em 1953 Era de se imaginar que o desenvolvimento transcorreria numa velocidade maior, porém ainda são obscuras as reais causas que impediram este avanço, e o país não passou da instalação de alguns centros de pesquisas na área nuclear. 

A decisão da implementação de uma usina (central) termonuclear no Brasil aconteceu de fato em 1969, quando foi delegado a Furnas Centrais Eléctricas SA a incumbência de construir nossa primeira usina (central) nuclear. É muito fácil concluir que em nenhum momento se pensou numa fonte para substituir a energia hidráulica, da mesma maneira que também após alguns anos, ficou bem claro que os objectivos não eram simplesmente o domínio de uma nova tecnologia. 

O Brasil estava a viver dentro de um regime de governo militar e o acesso ao conhecimento tecnológico no campo nuclear permitiria desenvolver não só submarinos nucleares mas armas atómicas. O Programa Nuclear Paralelo, somente divulgado alguns anos mais tarde, deixou bem claro as intenções do país em dominar o ciclo do combustível nuclear, tecnologia esta somente do conhecimento de poucos países no mundo. Em Junho de 1974, as obras civis da Usina Nuclear de Angra 1 estavam em pleno andamento quando o Governo Federal decidiu ampliar o projecto, autorizando Furnas a construir a segunda usina. 


Mais tarde, no dia 27 de Junho de 1975, com a justificativa de que o Brasil já apontava escassez de energia eléctrica para meados dos anos 90 e início do século 21, uma vez que o potencial hidroeléctrico já se apresentava quase que totalmente instalado, foi assinado na cidade alemã de Bonn o Acordo deCooperação Nuclear, pelo qual o Brasil compraria oito usinas nucleares e obteria toda a tecnologia necessária ao seu desenvolvimento nesse sector. 

Desta maneira o Brasil dava um passo definitivo para o ingresso no clube de potências atómicas e estava assim decidido o futuro energético do Brasil, dando início à Era Nuclear. Angra 1 encontra-se em operação desde 1982 e fornece ao sistema eléctrico brasileiro uma potência de 657 MW. Angra 2, após longos períodos de paralisação nas obras, inicia sua geração entregando ao sistema eléctrico mais 1300 MW, o dobro de Angra 1. 

A Central Nuclear de Angra, agora com duas unidades, está pronta para receber sua terceira unidade. Em função do acordo firmado com a Alemanha, boa parte dos equipamentos desta usina já estão comprados e armazenados no canteiro da Central, com as unidades 1 e 2 existentes, praticamente toda a infra-estrutura necessária para montar Angra 3 já existe, tais como pessoal treinado e qualificado para as áreas de engenharia, construção e operação, bem como toda a infra-estrutura de canteiro e sistemas auxiliares externos. Desta maneira, a construção de Angra 3 é somente uma questão de tempo.




Treze Tílias - A maravilha de Santa Catarina
 
Treze Tílias ou Dreizehnlinden, no idioma alemão, é um município brasileiro do estado de Santa Catarina. Localiza-se a uma latitude 27º00'06" sul e a uma longitude 51º24'23" oeste, estando a uma altitude de 796 metros. Sua população estimada em 2004 era de 5.257 habitantes.

História

Devido à II Guerra Mundial, a economia austríaca estava abalada e, o então ministro da agricultura Andreas Thaler, resolveu imigrar para o Brasil acompanhado de algumas centenas de imigrantes austríacos, em busca de melhores condições de vida. Chegaram ao centro do estado de Santa Catarina, onde encontraram um clima temperado e terras férteis, propícios para a fundação de uma colónia austríaca

Cultura

Vindos da região do Tirol e de Vorarlberg, os imigrantes austríacos não se fundiram com os descendentes dealemães que já habitavam a região, o que faz a cultura do município ter fortes características tirolesas.


O idioma alemão é utilizado com frequência entre os habitantes, além do português. A economia da cidade é baseada principalmente na agropecuária, especialmente a criação de gado leiteiro, e o turismo. A cidade também é conhecida como pólo de artesanato em madeira.

Turismo 

Treze Tílias é um pedacinho da Áustria em solo Catarinense. Mais de 60% da população da cidade descendem dos imigrantes austríacos e o intercâmbio com a Pátria mãe é intenso. Muitos moradores de Treze Tílias viajam à Europa, beneficiados por bolsas de estudo ofertadas pelo Estado do Tirol. A cidade abriga o único consulado austríaco de Santa Catarina e o único do Brasil localizado numa cidade do interior. 

Há baixíssimos índices de mortalidade infantil, analfabetismo e desemprego e o padrão de vida é bastante superior à média nacional. Situada numa região de geografia acidentada, Treze Tílias é uma boa opção para os adeptos de ultra-leve, com direito a uma vista espectacular da cidade. Vale conhecer também as cascatas Rohrer e Frozza. 

Cultura e Eventos

- O Portal de entrada da cidade, em arquitectura austríaca, é famoso. A cidade de revela na curiosa arquitectura típica da Áustria e nos fascinantes trabalhos em madeira produzidos por seus artistas, um dom herdado dos primeiros imigrantes. As obras espalham-se nos umbrais de portas, nas varandas e nos detalhes de decoração das casas. Destaque para as esculturas sacras, de todas as formas e tamanhos, pródigas em criatividade e beleza, que são conhecidas no mundo todo.


É comum encontrar ateliês onde se produzem esculturas em grande escala - o crucifixo da Catedral de Brasília, por exemplo, foi construído por Godofredo Thaler, neto do fundador da cidade. Quase todas as construções têm uma torre e um galo, símbolo da disposição do tirolês para o trabalho. A tradição artística está presente no dia-a-dia e nos principais eventos do município, em animadas festas populares e nos grupos folclóricos. Há vários grupos de dança folclórica tirolesa, com coreografias trazidas pelos imigrantes e mantidas através das gerações.


Os grupos apresentam-se constantemente por todo o Brasil e também no Exterior, sempre com muito sucesso. As danças e os trajes revelam as tradições do Tirol e de outros Estados austríacos. Os italianos também contam com seu grupo folclórico. A Tirolerfest, Festa da Tradição Austríaca, inclui um desfile histórico, apresentações, noites culturais, romaria até a gruta de Nossa Senhora Aparecida e distribuição de "chopp". Há também Festivais do Chopp, no centro da cidade e na comunidade de Babenberg, que são realizados em quase todos os meses do ano. 


Site muito interessante sobre o Brasil moderno:

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