sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A DINASTIA FILIPINA - 1580 - 1640



3ª Dinastia - Casa da Áustria

Depois de Filipe II de Espanha ter ocupado Portugal em 1580, a ilha Terceira nos Açores estava controlada pelo António Prior do Crato, que pensava, só ele, em alianças com a Inglaterra e França. Em 1582 uma expedição francesa para o estabelecer nos Açores foi derrotada, e em 1589 falhou uma tentativa inglesa para tomar Lisboa, liderada por Drake e Jonh Norris.Mas ainda que António morreu em Paris em 1595, o verdadeiro símbolo da independência Portuguesa não era o prior do Crato mas o próprio rei Sebastião I. 

O povo português recusava-se a acreditar na sua morte e nutria uma fé messiânica pelo seu regresso, afirmando alguns que o tinham visto em 1600 em Veneza.

3ª Dinastia - Casa de Áustria

Filipe I " O Prudente" ( Filipe II de Espanha)1580-1598

Filipe chegou a Lisboa e foi aceite como Rei Filipe I (1580-98) pelas cortes em Tomar (1581). Garantiu a autonomia Portuguesa, por considerar a união como uma união pessoal, da mesma forma que tinham feito Isabel e Fernando com Castela e Aragão, indicar só Portugueses para a administração, convocar as cortes com frequência, e ser acompanhado por um conselho Português em Madrid.

Filipe I, nasceu em 1527 filho de Carlos V e de Isabel de Portugal. O seu primeiro casamento foi em em 13 de Novembro de 1593 com D. Maria Manuela de Portugal, filha de D. João III e de D. Catarina. Morreu em1598. Casou depois em 1554 com Maria Tudor, raínha de Inglaterra que faleceu em em 1558 . Casou depois com Isabel filha do rei de França e de Catarina de Médicis que morre em 1568. Volta a casar com Ana de Áustria ilha de Maximiliano II. Ana de Áustria morre em 1580.

Cortes de Tomar
Assembleia convocada por Filipe I em 1581 com vista a fazer-se jurar rei de Portugal pelos três estados do reino. Em troca, o monarca comprometia-se a manter e respeitar os foros, costumes e privilégios dos portugueses.

O mesmo aconteceria com os ocupantes de todos os cargos da administração central e local, assim como com os efectivos das guarnições e das frotas da Guiné e da Índia.

Era o princípio da monarquia dual, que vigoraria sem grandes alterações até cerca de 1620. Nas cortes, estiveram presentes todos os procuradores das vilas e cidades portuguesas, excepção feita às açorianas, fiéis ao rival derrotado de Filipe II, D. António, prior do Crato.

Calendário Gregoriano - Em 24 de Fevereiro de 1582, o Papa Gregório XIII, pela sua Bula Inter Gravissimas ordenava a reforma do Calendário, para um ano trópico de 365,2425 dias.


A INVENCÍVEL ARMADA (1588)

D. Filipe I determinou a preparação de uma expedição que conquistasse a Inglaterra. Mandou-se preparar um exército de 35.000 homens de infantaria e cavalaria que seriam transportados de Dunquerque, no Canal da Mancha, por uma frota de embarcações de fundo chato, que deveriam ser escoltadas e protegidas por uma poderosa esquadra, a que se deu o nome de Invencível Armada. Lisboa, pela sua estratégica colocação e a sua capacidade de abrigo, foi escolhida para reunir esta famosa frota. 



A Armada Invencível comandada pelo Duque de Medina Sidónia
O plano era simples: domínio do mar no Canal da Mancha para transportar e desembarcar em Inglaterra, com toda a segurança, o exército reunido em Dunquerque, marchando depois sobre Londres. Os preparativos navais iniciados em Lisboa, Cádis, Itália e Flandres, seriam atrasados pelo ataque de Drake ao porto de Cádis, onde queimou mais de 100 navios. Foi nesta incursão que o corsário atacou e destruiu a fortaleza localizada na ponta de Sagres, no Algarve, antes de seguir em busca dos navios da Carreira da Índia e da América. 

No regresso a Inglaterra ainda passou diante de Lisboa mas, por ordem expressa de D. Filipe I, o Marquês de Santa Cruz, que ali se encontrava, não saiu ao seu encontro. A Invencível Armada reuniu-se, finalmente, no Tejo, nos princípios de 1588 e saiu de Lisboa a 27 de maio. As tempestades e os audaciosos ataques dos ingleses, levaram ao fracasso desta poderosa esquadra que, no dizer de Carlos Selvagem “infundia mais respeito pelo aparato que pelo poder ofensivo”. 

Batalha do Canal da Mancha- Vitória Inglesa
Com este revés, destruiu-se o poder naval da Espanha, e começava a decadência da Casa de Áustria, a que Portugal estava politicamente ligado. Os efeitos deste desastre foram graves para Portugal. Temos por exemplo, a perda de Arzila, entregue por Filipe I ao Sultão de Marrocos como forma de impedir um empréstimo de 200.000 ducados que o pretendente D. António tentava negociar com o marroquino para despesas de guerra, entusiasmado como ficara com os reveses de Filipe I contra a Inglaterra.

Nota - Se a Invencível Armada estivesse ao mando de homens como Francisco de Almeida ou Afonso da Albuquerque, o resultado desta "excursão" teria tido um desfecho muito diferente !

Navios portugueses envolvidos

Filipe II era então também rei de Portugal em função da União Dinástica Ibérica, pelo que alguns dos navios utilizados faziam parte da frota portuguesa. Um dos principais esquadrões de batalha era chamado de "Esquadra Portugal", tendo alguns dos melhores galeões de guerra do mundo. Grande parte dos pilotos, marinheiros e soldados da Invencível Armada eram portugueses, apesar de serem comandados por espanhóis. 

Tal facto gerou controvérsia na altura, dado que os portugueses, ainda pouco acostumados com as consequências da união dinástica com o Império Espanhol, não se sentiam à vontade a combater em navios do seu país e serem comandados por espanhóis.

Os seguintes navios da armada portuguesa (Esquadrão de Portugal), e propriedade da Coroa de Portugal e de portugueses, participaram na batalha:

São Martinho 48 canhões (Líder de toda a Armada (Capitânia da Armada), e Líder de secção (Esquadrão de Portugal) Duque de Medina-Sidonia)
São João 50 canhões (Vice-líder de toda a Armada (Almiranta da Armada) e Vice-líder de secção (Esquadrão de Portugal))
São Marcos 33 canhões (Dom Diogo Pimentel ou Penafiel) — obrigado a vir a terra, danificado, cerca 8 agosto perto de Ostend.
São Felipe 40 canhões (Dom Francisco de Toledo) — veio a terra em 8 agosto entre Nieupoort e Ostend, capturado pelos Holandeses 9 agosto
São Luis 38 canhões
São Mateus 34 canhões — veio a terra dia 8 agosto entre Nieupoort e Ostend, capturado pelos Holandeses a 9 agosto
Santiago 24 canhões
Galeão de Florença 52 canhões (ou San Francesco ex-Levantine, Niccolo Bartoli)
São Cristóvão 20 canhões
São Bernardo 21 canhões
Zabra Augusta 13 canhões
Zabra Julia 14 canhões

Galés:
Capitania (5 canhões)
Princesa (5 canhões)
Diana (5 canhões)
Bazana (5 canhões)

O Duque de Medina Sidónia
Comandante da Armada  Invencível

Quando o marquês de Santa Cruz morreu em 9 de Fevereiro de 1588, Felipe II insistiu em nomeá-lo capitão general do mar Oceano (comandante da Armada). 

Foi obrigado a ir apezar das suas declarações acerca da sua inexperiência, falta de capacidade e os seus enjôos constantes no mar. 

Seu governo da Armada justificou a sua súplica. 

Inclusivé o acusaram de mostrar falta de coragem e regresou completamente doente pelos sofrimentos da campanha, que o enbranqueceu. 

Filipe II " O Piedoso" (1598-1621)- Filipe III de Espanha

Esta garantias foram, no entanto, esquecidas por Filipe II ( III de Espanha 1598-1621) e completamente violadas por Filipe III (IV de Espanha, 1621-40).

Os ressentimentos dos Portugueses contra o governo Espanhol aumentaram pela falha desses reis em visitar Portugal, e indicarem Espanhóis para os assuntos Portugueses, e a diminuição do comércio consequente das guerras estrangeiras da Espanha, e no aumento dos impostos para pagar essas mesmas guerras.


Em 1624 os holandeses tomaram a Baía no Brasil, mas foram expulsos numa expedição Portuguesa e Espanhola (1625). Mas em 1630 ocuparam Pernambuco e as suas terras do açúcar, que mantiveram quase uma geração.

Visitou Portugal no final do seu reinado, em 1619, e quis assistir aqui a touradas e autos de fé. 

Casou com D. Margarida da Áustria, também conhecida por Margarida de Gratz ou Graetz, de quem nasceu o seu sucessor. Governou Portugal e a Espanha desde 1598 até 1621.

O Amazonas passa a domínio Português

Imensa zona florestal de cerca de 5 milhões de Km2. A maior parte da amazónia situa-se no Brasil mas também faz parte de outros países como a Venezuela, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia. Esta enorme mancha florestal é composta por zonas de floresta virgem, tornando-se numa importante reserva ecológica conhecida como o pulmão do mundo.Indissociável da história da amazónia está o seu rio, o Amazonas, que, desde cedo, despertou o interesse dos europeus, nomeadamente dos espanhóis e portugueses. 

Os primeiros europeus que o alcançaram foram provavelmente marinheiros espanhóis. Sabe-se que os portugueses chegaram ao estuário do amazonas por volta de 1503, uma vez que este foi assinalado nas cartas de J. Reinel e Lopo Homem.

Em 1616 foi construído pelos portugueses o Fortim do Presépio, tendo estes começado, a partir de então, a ocupar esta zona.

Filipe III " O Grande" (1621-1640) - Filipe IV de Espanha

O golpe final, foi o plano de Conde Duque de Olivares (1640), de usar tropas portuguesas contra os Catalães que estavam igualmente descontentes. Duas revoltas Portuguesas, em 1634 e 1637, não chegaram a ter proporções perigosas, mas em 1640 o poder militar Espanhol ficou reduzido pela guerra com a França e a revolta na Catalunha.

O ministro Francês, Cardeal de Richelieu, tinha agentes em Lisboa, e encontrou um líder em João II, duque de Bragança, neto da duquesa Catarina (sobrinha de João III), cujas reclamações ao trono tinham sido vencidas em 1580 por Filipe II de Espanha.

Aproveitando-se da vantagem da falta de popularidade do governador, Margarida de SabóiaDuquesa de Mantua e do seu secretário de estado Miguel de Vasconcelos, os líderes do partido da independência conduziram uma revolução nacionalista em 1 de Dezembro de 1640Vasconcelos foi praticamente a única vítima; as guarnições espanholas saíram para Espanha; e em 15 de Dezembro de 1640 o duque de Bragança foi coroado rei como D. João IV ( 1640-56).

D. Filipe III (IV da Espanha) casou com D. Isabel de Bourbon, filha do rei da França. Depois de viúvo, não sendo já rei de Portugal, casou em segundas núpcias com D. Maria Ana da Áustria.

Economia

Expansão na África Sub-Saariana

Depois do início do comércio de escravos europeu na África sub-Saariana através do seu envolvimento no tráfico de escravos africanos, Portugal desempenhou um papel na redução ao longo dos séculos seguintes. Apesar de terem sido os primeiros europeus a estabelecerem-se de comércio na África Sub-Sahariana, eles não conseguiram pressionar a sua vantagem em casa.

A Companhia da Guiné


Companhia da Guiné
No entanto, eles mantiveram uma presença clara nas três regiões que receberam a atenção especial durante a idade inicial de exploração. O mais próximo deles, sobre a viagem marítima de Portugal, era Guiné Portuguesa, também conhecida, desde a sua principal atividade econômica, como a Costa dos Escravos.

Os governantes locais africanos da Guiné, que prosperou muito com o comércio de escravos, não tinham qualquer interesse em permitir que os europeus se moverem mais interiores do que os povoados fortificados nas costeiras, onde a negociação teve lugar. No Século XV, a Companhia da Guiné de Portugal, foi um dos primeiros fretado sociedades comerciais estabelecidas pelos europeus em outros continentes, durante a Era dos Descobrimentos.

A tarefa da Companhia era lidar com as especiarias e fixar os preços das mercadorias. A presença portuguesa na Guiné se limitava ao porto de Bissau. Por um breve período na Década de 1790, os britânicos tentaram estabelecer uma posição rival em uma ilha no mar, em Bolama. Por volta do Século XIX, porém, os portugueses eram suficientemente segura em Bissau a conta do litoral vizinhos como seu próprio território especial.

Rainha Nzinga em negociações de paz com o governador português em Luanda, em 1657.

Centenas de quilómetros ao longo da costa, em Angola, os portugueses acharam mais difícil de consolidar sua vantagem antecipada contra invasões dos rivais holandeses, britânicos e franceses. No entanto, a cidades fortificadas portuguesas de Luanda (criado em 1587 com 400 colonos portugueses) e Benguela (a fortaleza de 1587, uma cidade de 1617) manteve-se quase continuamente em suas mãos.

Como na Guiné, o tráfico de escravos se tornou a base da economia local, com incursões cada vez mais para o interior pelos nativos para ganhar cativos. Mais de um milhão de homens, mulheres e crianças foram enviados a partir desta região através do Atlântico. Nesta região, ao contrário de Guiné, o comércio manteve-se em grande parte nas mãos de Português. Quase todos os escravos que vieram dessa região foram destinados ao Brasil.

A penetração mais profunda portuguesa para o continente foi a partir da costa leste, até o rio Zambezi (ou Zambeze), com uma liquidação antecipada tanto interior como Tete. Esta era uma região rica e poderosa reino africano. A área da costa leste também foi muito visitada pelos árabes pressionando sul de Omã e Zanzibar. A partir dos Séculos XVI ao XIX os portugueses e os seus mercadores eram apenas um entre muitos grupos rivais que competem para o comércio local em marfim, ouro e escravos.

Mesmo que o mantenham portugueses sobre estas três regiões africanas era tênue, que permanecia claramente a presença principais centros europeus na África Sub-Saariana. Era natural para fazer valer sua pretensão, portanto, em todas as três regiões quando adisputa pela África começou mais tarde. Prolongadas campanhas militares foram obrigados a manter e impor um controle português sobre africanos nesses territórios no final do Século XIX. 

As fronteiras da Guiné-Portuguesa foram acordadas em duas etapas em1886 com a França, a poténcia colonial no vizinho Senegal e Guiné. Nenhuma outra nação apresentou um desafio para a área vasta e pouco remuneradora de Angola. O cenário mais provável do conflito era África Oriental Portuguesa, onde a esperança de Portugal de ligação com Angola entrou em choque com os planos da Grã-Bretanha para as Rodésias. Houve uma crise diplomática em 1890, mas as fronteiras entre as colônias britânicas e portuguesas foram acordados por um tratado em 1891.

Raínhas de Portugal na Dinastia Filipina


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