A Península Ibérica (do grego) ou Península Hispânica (do latim) ou Al-Andalus (do árabe)
A Península Ibérica ou Hispânica, é geograficamente uma península na Europa localizada no sudoeste deste continente. Hoje podemos localizar politicamente nesta península três países, Portugal, Espanha, Andorra e o Território Ultramarino Inglês de Gibraltar.
Formando quase um trapézio, a Península liga-se ao continente europeu pelo istmo constituído pela cordilheira dos Pirenéus, sendo rodeada a norte, oeste e parte do sul pelo oceano Atlântico e a restante costa sul pelo mar Mediterrâneo.
Com uma altitude média bastante elevada, apresenta predomínio de planaltos que estão rodeados de cadeias de montanhas e que são atravessados pelos principais rios. Os mais importantes são o rio Tejo, o rio Douro e o rio Guadiana, que têm a parte terminal do seu curso em Portugal, desaguando, tal como o rio Guadalquivir no oceano Atlântico, e o rio Ebro, que, por sua vez, desagua no mar Mediterrâneo.
As elevações mais importantes são a Cordilheira Cantábrica, no Norte, a serra Nevada e a serra Morena, no Sul, e ainda a serra de Guadarrama, na Cordilheira Central, de que a serra da Estrela é o prolongamento ocidental.
Densamente povoada no litoral, a Península Ibérica tem fraca densidade populacional nas regiões interiores.A península tem 582.925 quilómetros quadrados.. O ponto mais alto é o Mulhacén com 3.478 metros de altura. O rio mais longo é o Tejo, com um curso de 1007 km (731 km em Espanha e 275 km em Portugal).
Ibéria provem do río Íber, provavelmente o actual Ebro, ainda que também pudesse ser o Guadalquivir ou outro rio da região de Huelva, donde textos muitos antigos citam um rio Iberus e um povo ao que chamam Iberos. Desde tempos remotos os gregos chamavam Ibéria à Península.
A maior parte da sua superfície continental está configurada como uma meseta, com uma altura média de 600 metros sobre o nível do mar; o seu litoral norte, noroeste e oeste é rochoso e com alcantilados, sendo o litoral este, sudeste e sul mais suave. De acordo à situação geográfica, a Península Ibérica também forma parte da França, já que penetra até ao sul deste país.
A chegada do Homem à Península
O homem chegou à Península Ibérica bem cedo na história. As estações arqueológicas mais antigas localizam-se no litoral da Estremadura e no sudoeste do Algarve, ocupadas por culturas acheulenses ou mesmo abbevillenses, com quase 1 milhão de anos. Tratava-se de seres humanos do grupo Homo Erectus.
Gravuras Foz-Côa
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Recolectores, subsistiam, em formas já mais desenvolvidas, nos começos da última glaciação.
Sucederam-lhes os caçadores e ao Homo Erectus o homem do Neandertal ( homo sapiens neanderthalensis ) aparecido há mais de 100.000 anos.
Todas as culturas dos chamados Paleolítico Inferior, Paleolítico Médio, Paleolítico Superior e Mesolítico se acham representadas em Portugal, com maior ou menor intensidade.
As Origens humanas mais antigas - A idade da Pedra
A Idade da Pedra é o período da Pré-História durante o qual os seres humanos criaram ferramentas de pedra, sendo a tecnologia mais avançada naquele então. A madeira, os ossos e outros materiais também foram utilizados (cornos, cestos, cordas, couro...), mas a pedra (e, em particular, diversas rochas de rotura conchóide, como o sílex, o quartzo, o quartzito, a obsidiana...) foi utilizada para fabricar ferramentas e armas, de corte ou percussão.
Contudo, esta é uma circunstância necessária, mas insuficiente para a definição deste período, já que nele tiveram lugar fenômenos fundamentais para o ser humano, quanto às aquisições tecnológicas (fogo, ferramentas, moradia, roupa, etc), a evolução social, asmudanças do clima, a diáspora do ser humano por todo o mundo habitável, desde o seu berço africano, e a revolução econômica desde um sistema caçador-coletor, até um sistema parcialmente produtor (entre outras coisas).
As origens humanas mais antigas, achadas em Portugal, são ossadas tipo Neanderthal em Furninhas. A maioria das indústrias Paleolíticas peninsulares estão aí representadas, mas uma cultura distinta surge nos meados do Mesolítico nas zonas baixas do Vale do Tejo, datadas de cerca de 5.500 AC. As culturas Neolíticas chegaram da Andaluzia.
No primeiro milénio AC os povos Celtas entraram na Península pelos Pirinéus, e por pressão natural, muitos grupos dirigiram-se para ocidente. As culturas de Hallstatt trouxeram a fundição do ferro e a fabricação de armas e outros objectos do mesmo metal, ao Vale do Tejo. Os Fenícios e mais tarde os Cartagineses influenciaram fortemente o sul de Portugal no mesmo período.
Caçadores-coletores
Os humanos foram: a forma caçador-coletor ou caçador-recolector que também é usada, até à revolução neolítica, e a caça e a colecta foram os primeiros modos de subsistência do Homo sapiens. Estas actividades foram herdadas directamente do mundo animal, particularmente dos primatas. Caçadores-recolectores de caça obtêm mais na recolha que na caça; até 80% da comida é obtida por recolecção.1
Estes modos de subsistência consistem na recolha da natureza do que ela fornece espontaneamente. Precedem a pecuária e aagricultura, e podem dar origem ao nomadismo, se as manadas que fornecem a subsistência principal se deslocam ou se os recursos do território se esgotam.
As descobertas arqueológicas sustentam a hipótese de que, há vinte mil anos, todos os seres humanos eram caçadores-colectores. Hoje ainda subsistem caçadores-colectores no Ártico e nas florestas tropicais úmidas, onde outras formas de subsistência não são possíveis. A maior parte desses grupos teve ancestrais agricultores, que foram empurrados para zonas periféricas no decorrer de migrações e de conflitos. Estima-se que estas comunidades desaparecerão dentro de algumas dezenas de anos.
Coletores-Recoletores
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As gravuras mais antigas conhecidas no vale do Côa (até Março de 95) eram identificáveis com o Solutrense médio antigo, ou seja, teriam sido feitas há mais ou menos 20 000 anos. Parece serem a prova mais marcante da presença humana mais antiga, no território português.( A cultura Solutrense situa-se entre 18 000 a. C. e 15 000 a.C.)
Coletores-Recoletores
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Castros ou Citânias
Castros, são as ruínas ou restos arqueológicos de um tipo de povoado da Idade do Ferro característico das montanhas do noroeste da Península Ibérica, na Europa. Os povoados eram construídos com estruturas predominantemente circulares, revelando desde cedo a implementação de uma «civilização da pedra», quer nas zonas de granito quer nas de xisto.
A citânia de Briteiros
A citânia de Briteiros é um sítio arqueológico da Idade do Ferro, situado no alto do monte de São Romão, na freguesia de Salvador de Briteiros, concelho de Guimarães (a cerca de 15 km de distância a Noroeste desta cidade). Fica também perto dos santuários do Sameiroe do Bom Jesus de Braga. É uma citânia com as características gerais da cultura dos castros do noroeste da Península Ibérica
Trata-se de um sítio arqueológico da Idade do Ferro, que permaneceu ocupada à época da invasão romana da península Ibérica. A influência da romanização neste povoado, no século I a.C., é evidenciada em numerosos vestígios, tais como inscrições latinas, moedas da República e do Império, fragmentos de cerâmica importada (terra de sigillata), vidros, e outros.
A citânia de Briteiros é um sítio arqueológico da Idade do Ferro, situado no alto do monte de São Romão, na freguesia de Salvador de Briteiros, concelho de Guimarães (a cerca de 15 km de distância a Noroeste desta cidade). Fica também perto dos santuários do Sameiroe do Bom Jesus de Braga. É uma citânia com as características gerais da cultura dos castros do noroeste da Península Ibérica
Trata-se de um sítio arqueológico da Idade do Ferro, que permaneceu ocupada à época da invasão romana da península Ibérica. A influência da romanização neste povoado, no século I a.C., é evidenciada em numerosos vestígios, tais como inscrições latinas, moedas da República e do Império, fragmentos de cerâmica importada (terra de sigillata), vidros, e outros.
Citânia de Briteitos - Ruinas
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Esta citânia deve ter sido definitivamente abandonada no século III. As suas ruínas foram descobertas pelo arqueólogo Martins Sarmento em 1875.
Outros monumentos do mesmo carácter têm sido identificados em diversos castros da região asturo-galaico portuguesa em Paços de Ferreira, na citânia de Sanfins. Como testemunho do primitivismo das origens da citânia de Briteiros existem os achados de instrumento de pedra eneolíticos ou de bronze inicial. Por outro lado, as "mamoas" nas vizinhanças da citânia e as gravuras rupestres nas encostas dos montes próximos mostram a existência de uma cultura autóctone anterior à romana.
Interpretações recentes permitem atribuir à Citânia de Briteiros o papel de capital política dos "Callaeci Bracari" no início do século I, onde se reuniria o respectivo "consilium gentis" na grande casa circular de bancos adossados às paredes.
Encontra-se classificada como Monumento Nacional desde 1910.1
Outros monumentos do mesmo carácter têm sido identificados em diversos castros da região asturo-galaico portuguesa em Paços de Ferreira, na citânia de Sanfins. Como testemunho do primitivismo das origens da citânia de Briteiros existem os achados de instrumento de pedra eneolíticos ou de bronze inicial. Por outro lado, as "mamoas" nas vizinhanças da citânia e as gravuras rupestres nas encostas dos montes próximos mostram a existência de uma cultura autóctone anterior à romana.
Interpretações recentes permitem atribuir à Citânia de Briteiros o papel de capital política dos "Callaeci Bracari" no início do século I, onde se reuniria o respectivo "consilium gentis" na grande casa circular de bancos adossados às paredes.
Encontra-se classificada como Monumento Nacional desde 1910.1
Características
Do tipo citânia, apresenta as características gerais da cultura dos castros do noroeste da península Ibérica. Consiste nos restos de uma povoação, em um sítio elevado, com traços culturais celtas, murada. Na realidade existem três muralhas, com dois metros de largura, em média, e cinco metros de altura.
Casa reconstruida
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Revela-se nesta cultura traços da influência indígena no dispositivo topográfico da povoação, no traçado das muralhas, na planta circular das casas, no processo da sua construção e na decoração com motivos geométricos.
Um dos monumentos pré-romanos mais curiosos é um balneário, constando de uma pequena câmara redonda ligada a um recinto quadrangular. Os dois compartimentos eram divididos por uma estela de forma pentagonal, com uma pequena abertura no fundo para se poder passar de um para o outro. Uma das câmaras servia para se tomarem banhos de vapor, a outra para se tomarem banhos de água fria. Durante algum tempo, pensou-se que este balneário fosse um edifício de carácter funerário.
O Castro de São Lourenço - Esposende
O Castro de São Lourenço localiza-se no monte do mesmo nome, na freguesia de Vila Chã, concelho de Esposende, distrito de Braga, em Portugal. Situa-se a uma altura de 200 metros acima do nível do mar, num dos esporões graníticos da arriba fóssil que se estende desde o Monte Faro (Palmeira de Faro) até São Paio de Antas (Esposende).
Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto 1/86, publicado no DR nº 2, de 3 de janeiro de 1986.
As escavações
Neste castro existem zonas que foram ocupadas em épocas diferentes e de formas diferentes. Por esse motivo os arqueólogos dividiram-no em sectores, unicamente por uma questão de melhor se compreender as suas diferenças.
As intervenções arqueológicas, ocorrem até à actualidade, tendo sido iniciadas em 1985. São orientadas pelo Professor Doutor Carlos Alberto Brochado de Almeida, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, com a colaboração de jovens voluntários oriundos de escolas do concelho de Esposende e de diversas universidades portuguesas e europeias. A Câmara, intervém com o apoio logístico, através do seu Pelouro da Cultura .
O sector C (caminho de acesso à capela), terá sido habitado entre o século III-II a. C. Ou até ao quarto século da nossa Era. As casas são circulares ou sub-rectangulares, tendo sido algumas paredes, no seu interior, rebocadas e pintadas a branco ou amarelo e apresentavam um rodapé a cinzento. O chão era coberto com saibro bem amassado e bem calcado.
As casas circulares tinham o tecto em forma cónica, cobertas por elementos vegetais, enquanto que as outras mais alongadas tinham o tecto formado por uma ou duas águas. No centro de cada casa acendia-se o lume ou fogueira assim como estava a poste que sustentava o telhado, que sendo de palha era preso por placas de xisto .
Na época da romanização, começou a ser utilizado no telhado a tégula e o imbrex (telha), que vieram substituir a cobertura vegetal até aí utilizada. Com a necessidade de aumentar o espaço de cada casa, os seus habitantes começaram a acrescentar-lhe uma espécie de vestíbulo, que os arqueólogos chamam de "caranguejo", pela forma como é aparente. Com a necessidade de separação de famílias que viviam em casas contíguas, foram construídos muros que os separavam as casa em núcleos habitacionais.
Entre as diversas casas da mesma família, o chão entre as casas poderia ser coberto por lajes e era utilizado para secagem de cereais ou frutos, além de proporcionarem uma melhor comodidade, formando ruas estreitas.
Cividades ou Citânias
Uma cividade (substantivo feminino antigo de cidade) ou Citânia é um castro de maiores dimensões e importância, habitado continuamente. A designação Citânia é comparado com o "Cytian" dos povoados fortificados nas ilhas Britânicas.
Durante muito tempo consideraram-se os castros como "povoados fortificados", mas esta designação, consagrada pelo uso, é evidentemente muito redutora, porque recobre realidades arqueológicas muito diversas e susceptíveis de variadíssimas interpretações.
Recentemente, tem-se vindo a aperceber que estes sítios são de uma enorme a complexidade, que de maneira alguma se podem apenas subsumir numa qualquer "cultura" local (ou várias), e muito menos numa "função" militar
Já existiam Castros durante o Neolítico e a Idade do Bronze, muito antes das invasões Célticas. Julga-se que aCultura Ibérica desses povoados se misturou com os elementos célticos sem quebras de continuidade. O Céltico, provavelmente o dialecto Goidélico, tornou-se a lingua franca de toda a Cultura Atlântica.
O Menir de São Paio de Antas
O Menir de São Paio de Antas, também referido como Menir de Pedra a Pé, localiza-se na freguesia de Antas, concelho de Esposende, distrito de Braga, em Portugal
Constitui-se em um monumento megalítico do tipo menir implantado no monte sobranceiro à Igreja Paroquial de São Paio de Antas, e para o qual sugere-se uma cronologia em torno de 3000 a.C. a 2000 a.C..
Menir de São Paio
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Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1992. Além deste, no concelho existem ainda outros dois menires, nas freguesias de São Bartolomeu do Mar e de Forjães.
Em granito apresenta uma configuração fálica e uma ligeira inclinação para sul. Possui as dimensões de 1,65 metros de altura e encontra-se enterrado cerca de 30 centímetros.
Muitos dos megalitos da Idade do Bronze como menires e dólmenes estão situados em regiões em que também há castros, e são anteriores aos Celtas quer em Portugal e na Galiza, quer na costa atlântica da França, Grã-Bretanha eIrlanda. Estes monumentos continuaram a ser utilizados pelos druidas celtas.
Os Romanos destruíram muitos castros, devido à resistência feroz dos povos castrejos ao seu domínio, mas alguns foram aproveitados e expandidos como cidades romanas. Segundo Jorge de Alarcão "Aos castros, deram os Romanos o nome de castella, que aparece nas inscrições do século I d.C. sob a forma abreviada de um C invertido[...]"
A Idade do Cobre - Idade do Bronze
Idade do Cobre, ou Calcolítico (do grego Χαλκός, transl. khalkos), "cobre" + λίθος, transl.líthos, "pedra") é um dos períodos da proto-história, situado cronologicamente entre o Neolítico e a Idade do Bronze (aproximadamente 2500 a 1800 a.C.). O termo também pode ser utilizado para denominar algumas sociedades que apresentaram manifestações culturais diferenciadas durante este período.
Extracção de metais
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O bronze é uma liga metálica que compreende o cobre e o estanho, antes de se usar o bronze, usou-se o cobre, a esta época de utilização do cobre, chamou-se calcolítico, não obstante este facto, há quem não aceite esta designação caracterizadora, pois argumenta que a fundição de cobre não é mais do que o bronze natural; mesmo assim, a mesma utiliza-se, pois diferencia os períodos nos quais o bronze era forjado naturalmente da era em que o bronze começou a ser forjado artificialmente e com recurso a estanho.
O cobre foi o primeiro metal que o ser humano utilizou e fê-lo há aproximadamente 5000 anos, ou seja, no final do Neolítico.
Peças no período da Idade do Bronze (1500 AC)
Informação obtida a partir do site do Museu Nacional de Arqueologia em Belém nos Jerónimos, Lisboa
Na esquerda: Braceleteproveniência: Abrantes. Ribatejo. Santarém- Cronologia: Idade do Bronze final
tipologia: Bracelete em bronze Dimensão: diâmetro 7,2 cm - categoria: Idade do Bronze
No centro : Jarro proveniência: Gamelas 3 cronologia: Bronze final Tipologia: Jarro de cerâmica
dimensão: Alt. 22,5 cm; Larg. 19 cm Categoria: Cerâmica
Na direita : Taça carenada Proveniência: Castro de Pragança. Cadaval. Lisboa cronologia: Idade do Bronze tipologia: Taça carenada de cerâmica dimensão: altura 5 cm diâmetro 7,7 cm espessura 0,1 cm
categoria: Idade do Bronze
Mistura de Raças ou Etnias
Os atuais habitantes da Península Ibérica, Hispânia ou Al-Andaluz, são uma mistura complicada de Iberos, Celtas, Alanos, Vândalos, Suevos, Godos, Visigodos, Árabes e já a partir do século XVI das diversas raças ou etnias dos povos que portugueses e espanhóis visitaram, conquistaram e governaram durante séculos.
A Idade Antiga - 4.000 AC - 476 DC
A História Antiga é um domínio de estudos que se estende desde o aparecimento da escrita cuneiforme (cerca de 4000 a.C.) até a tomada do Império Romano do Ocidente pelos povos bárbaros (476 d.C.). Esse vasto período da humanidade inclui muitas civilizações, não somente na Europa. Nesse período os vários povos influenciaram e também receberam influências fundamentais de outros povos.
Chegada dos Ligures ( Século XV A.C. ? )
Chegaram por volta do século VI, mas há poucas referências nos autores clássicos. Introduziram as práticas agrícolas e o fabrico do bronze. Era gente baixa, de pele morena, de forte compleição e que vivia em cabanas de madeira, e muitas vezes em covas. Quase tudo se ignora a seu respeito. Introduziram o sufixo arco, que se aplicava a nomes geográficos.
Ligúria - Área IX da Itália
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Os lígures (em grego antigo: Λιγυες) eram um povo antigo, relacionado com as construções megalíticas, que deu o nome à Ligúria; abrangendo a região norte da península da Itália, entre a Etrúria e a fronteira da Gália.
Referências clássicas e toponímicas sugerem que a zona de influência lígure estendia-se até o centro de Itália: segundo Hesíodo (século VI a.C.), eram um dos três principais povos "bárbaros" que governavam sobre a costa ocidental do mundo conhecido (os outros eram os etíopes e os cítios). Segundo Adolf Schulten «os Lígures constituem a população mais antiga da península Ibérica, historicamente comprovada».
Avieno, num relato de uma viagem provavelmente de Marselha (século IV a.C.) falou da hegemonia lígure até ao Mar do Norte, antes de serem "empurrados" pelos celtas. Topónimos lígures foram encontrados na Sicília, vale do Rodano, Córsega e Sardenha.
De acordo com Plutarco, eles se chamavam Ambrones, mas isso não indica uma relação com os ambrones do norte da Europa. Eles eram ignorantes da sua origem. Tucídides relata que os Ligures teriam expulso os sicanos, uma tribo ibérica, das margens do rio Sicano, na península Ibérica.
Os Iberos (Sec. XV)
Os Iberos eram um povo que habitou as regiões sul e leste da península Ibérica na Antiguidade. A respeito da sua origem, há duas teorias:
A) - Segundo uma teoria os Iberos são os habitantes originais da Europa Ocidental e os criadores da grande cultura megalítica que teve início em Portugal. Segundo outra teoria, os Iberos seriam de origem Ibéria caucasiana, e teriam construído oppida muito semelhantes às mesmas construções encontradas na Escócia. A mesma forma de tecer e colorir cobertas de lã grossa são as mesmas em regiões do Cáucaso, no sul de Portugal (Alentejo) e na Escócia , no fim do VI milénio a.C., e se espalhou pela Península Ibérica, França, Grã-Bretanha, Irlanda e Dinamarca, até meados do II milénio a.C.
Guerreiros Iberos
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B) - Outra teoria sugere que eram originários do Norte da África, de onde emigraram provavelmente no século VI a.C. para a Península Ibérica (à qual cederam o nome), onde ocuparam uma faixa de terra entre a Andaluzia e o Languedoc (na França). Foram parceiros comerciais dos Fenícios, os quais fundaram dentro do território dos Iberos várias colônias comerciais, como Cádiz, Eivíssia e Empúries. Foram assimilados pelos Celtas no século I a.C. formando o povo conhecido como Celtiberos.
Chegada dos Fenícios ( Provável em 1.200 A.C. )
Os fenícios, tal como os hebreus, eram um povo de origem semita. Por volta de 3000 a.C., estabeleceram-se numa estreita faixa de terra com cerca de 35 km de largura, situada entre as montanhas do Líbano e o mar Mediterrâneo. Com 200 km de extensão, corresponde a maior parte do litoral do atual Líbano e uma pequena parte da Síria.
Cerâmica Fenícia
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Por habitarem uma região montanhosa, com poucas terras férteis, os fenícios voltaram-se para o mar, dedicando-se à pesca e ao comércio marítimo.
O aparecimento do ferro nas regiões do Mediterrâneo oriental teve projecção na Península Ibérica.
Ao redor do ano 1.000 A.C., os Fenícios estabeleceram feitorias para aumento do comércio, buscando metais em troca de produtos do seu fabrico ( tecidos, estatuetas, objectos de barro).
A sua vinda à Ibéria deu origem à fundação de Gadir ou Gades ( Cádis), de Hispalis (Sevilha) e talvez de Malcarteia (Algeciras). Nos claustros da Sé de Lisboa, há ruinas da presença fenícia nesse local.
Localização da Fenícia
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No território português teriam visitado a zona terminal do Tejo, e também a foz do Sado e região costeira do Mondego ao Douro. Deixaram alguns vocábulos na fala peninsular , como ippo - Olisipo(Lisboa) e Collipo(leiria), assim como o étimo saco. Pouco se conhece sobre a contribuição fenícia no nosso território.
Sarcófago fenício de Ahiram no Museu de Beirute
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De acordo com a literatura greco-latina, a fundação das primeiras colónias fenícias no Ocidente deu-se por volta de 1100 a. C., noentanto, esta informação não está comprovada ao nível do registoarqueológico. De acordo com as últimas investigações arqueológicasefetuadas em Espanha, não se encontram vestígios da fundação decolónias anteriores ao século VII a. C.
Os Fenícios ocupavam o que restava do antigo território de Canaã, quecorresponde sensivelmente ao atual território do Líbano, por volta de1200 a. C. Não tinham um Estado e distribuíam-se por diversas cidades, sem ligações entre si, que controlavam os territórios adjacentes.
O alfabeto, uma criação fenícia
O que levou os fenícios a criarem o alfabeto foi justamente a necessidade de controlar e facilitar o comércio. O alfabeto fenício possuía 22 letras e era, portanto muito mais simples do que a escrita cuneiforme e a hieroglífica, não tinha vogais que foram acrescentadas mais tarde pelos gregos. Realmente foi a primeira vez que se tentou "desenhar" os sons da fala, representando-os por letras, em vez da representação ideográfica por hieróglifos ou similares.
A Idade do Ferro (1.000 AC )
A Idade do Ferro se refere ao período em que ocorreu a metalurgia do ferro. Este metal é superior ao bronze em relação à dureza e abundância de jazidas. A Idade do Ferro vem caracterizada pela utilização do ferro como metal, utilização importada do Oriente através da emigração de tribos indo-europeias (celtas), que a partir de 1.200 a.C. começaram a chegar a Europa Ocidental, e o seu período alcança até a época romana e na Escandinávia até a época dos vikings (por volta do ano 1.000 d.C).
Machado de ferro
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A Idade do Ferro é o último dos três principais períodos no Sistema de Três Idades, utilizado para classificar as sociedades prehistóricas, sendo precedido pela Idade do Bronze. A data de início, duração e contexto varia de acordo com a região estudada.
O primeiro surgimento conhecido de sociedades com nível cultural e tecnológico correspondente à Idade do Ferro se dá no século XII a.C. em diversos locais: no Oriente Próximo, na Índia antiga, com a civilização védica e na Europa, durante a Idade da Trevas grega.
Em outras regiões europeias, o início da Idade do Ferro foi bastante posterior, não tendo se desenvolvido na Europa central até século VIII a.C., até o século VI a.C. no norte de Europa.
Na África o primeiro exponente conhecido do uso do ferro pela fundição e forja se dá na cultura Nok, na atual Nigeria, por volta do século XI a.C. Porém se acredita que o ferro meteorítico, uma liga de ferro-níquel, fosse já usado por diversos povos antigos milhares de anos antes da idade do ferro, já que sendo nativo no seu estado metálico, não necessitava a extração e fusão do mineral.
Chegada dos Celtas ( Anos 1.000-800 A.C. )
Na primeira metade do século X A.C. chegaram à Península vários povos a que se dá o nome genérico de Celtas e cuja origem tem dado larga discussão.
Encontraram uma terra despovoada e os seus habitantes a viver ainda na Idade do Bronze (Iberos). enquanto os invasores já utilizavam o ferro, na construção de utensílios para uso doméstico e naconstrução de armas.
Provinham da cultura de Adlerber, no centro da Europa. As cinco tribos célticas que se instalaram na zona portuguesa da Península Ibérica, foram:
Cinetes - Na parte do Algarve e estendendo-se pelo Guadiana
Sempsos - Que se fixaram no rio Sado e chegaram à foz do Tejo
Sepes - Fixaram-se na área ao norte do Tejo, que abrange a actual Estremadura até ao cabo Carvoeiro
Pernix Lucis - Que se fixaram ao longo da costa até à região do Vouga. Os Pernix Lucis podem identificar-se com a família Túrdula.
Draganes - Que se fixaram entre o rio Douro e o rio Minho
A localização dos Celtas segundo os autores da Antiguidade
Os celtas são referidos pela primeira vez na literatura grega por Hecateu de Mileto. Da sua obra sobrevivem fragmentos muito curtos sobre os celtas: escreve que o país celta fica perto de Massalia, uma colónia de comerciantes gregos e refere-se a Narbona como cidade de comércio celta e a Nirax como cidade celta.
Disse Heródoto, a localização dos celtas era para além dos Pilares de Hércules e vizinha dos Conii.
Os Keltoi vivem para além dos Pilares de Hércules, sendo vizinhos dos Cynesii e são a mais ocidental de todas as nações que habitam a Europa". Massalia: cidade da Ligúria perto do país celta, uma colónia dos foceus. Narbona: centro de comércio e cidade dos celtas. Nírax: cidade celta.
Segundo Heródoto, II, 3330. "O rio Ister nasce na terra dos Keltoi na cidade de Pyrene e percorre o centro da Europa. Os Keltoi vivem além das colunas de Hércules, sendo vizinhos do Kynesioi e são a mais ocidental de todas as nações que habitam a Europa.
E assim, se estendem por toda a Europa até às fronteiras da Cítia. Eratóstenes situava os celtas na parte ocidental da Europa, segundo o comentário de Estrabão. diz que até Gades, o exterior (SC. da Ibéria) é habitado pelos gálatas; e se a parte ocidental da Europa é ocupada por eles, esqueceu-se deles na sua descrição da Ibéria, nunca faz menção aos gálatas.
Religião - Os Deuses Celtas
Os celtas adoravam um grande número de deuses dos quais sabemos pouco mais que os nomes. Entre eles deusas da natureza como Tailtiu, Macha, e Epona, deusa dos cavalos. Figuras masculinas incluiam deuses associados a uma enorme variedade de coisas, como Goibiniu, o fabricante de cerveja. Havia também Tan Hill, a divindade do Fogo.
Taranis
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Cernunnos (também chamado de Slough Feg, ou na forma latinizada Cornífero) é comprovadamente um dos mitos mais antigos mas do qual pouquíssimo se sabe.
O escritor romano Lucano fez várias menções a deuses celtas como Taranis, Teutates e Esus que, curiosamente, não parecem ter sido amplamente adorados ou relevantes.
Vários deuses eram formas variantes de outros. A deusa galo-romana Epona parece ser uma variante da deusa Rhiannon, adorada em Gales, ou ainda Macha, adorada na região do Ulster.
Povos politeístas raramente se importam em manter seus panteões da forma organizada em que os pesquisadores gostariam de encontrar. Também a cultura celta sofreu influências das antigas civilizações, como por exemplo os babilônicos, a deusa Ianellus é o resultado desta miscigenação.
Quem eram os Iberos ?
Chegada dos Gregos ( Século VII A.C. )
Os gregos (em grego: Έλληνες, transl.: Éllines, "helenos") são uma nação e um grupo étnico que tem habitado a Grécia desde o século XVII AC.. Atualmente eles são principalmente encontrados na península grega do sudeste da Europa, nas ilhas gregas e em Chipre.
Até o começo do século XX, estavam uniformemente distribuídos entre a península grega, a costa ocidental da Ásia Menor, Ponto e Constantinopla, regiões que coincidem com a grande extensão das fronteiras do Império Bizantino no final do século XI e as áreas de colonização grega no mundo antigo.
Cleisthenes - Pai da Democracia
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Chegaram no século VII A.C. Fundaram colónias no Mediterrâneo, como Massilia (Marselha), Dianium (Dania), Zacunthos (Sagunto). Em vários pontos da costa portuguesa acharam-se encontraram-se objectos e ferro, ânforas, esculturas de marfim e outros de origem helénica, como por exemplo na necrópole de Alcácer do Sal.
Não influenciaram directamente a língua portuguesa, pois foi pela via romana que se introduziu a quase totalidade do helenismos na nossa língua. Quanto à criação de Lisboa por Ulisses e Santarém pelo seu filho Abidis, não passm de histórias muito em moda no Renascimento.
Comerciavam tecidos, cerâmica e objectos de vidro e utilizavam já moedas para as suas trocas comerciais.
Chegada dos Cartagineses ( 500 A.C. )
A civilização cartaginesa ou civilização púnica foi uma civilização da Antiguidade que se desenvolveu na Bacia do Mediterrâneo entre o fim doséculo IX a.C. e meados do século II a.C. e esteve na origem de uma das maiores potências comerciais e militares do seu tempo.
Cartago, a cidade que lhe deu o nome, foi fundada na costa do golfo de Tunes pelos fenícios, segundo a tradição mais usual, em 814 a.C. Cartago foi gradualmente ganhando ascendente sobre as cidades fenícias do Mediterrâneo Ocidental, antes de se desenvolver a sua própria civilização.
Ruinas de Cartago
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Esta é menos conhecida que a da sua contemporânea e rival Roma, devido à destruição de Cartago pelo exército romano no fim da Terceira Guerra Púnica, em 146 a.C., um final que é relatado pelas fontes greco-romanas que foram extensamente usadas e difundidas de forma durável na historiografia posterior.
Apesar de depreciada pela expressão latina punica fides, que denota o preconceito originado por uma longa tradição de desconfiança em relação aos fenícios desde Homero, a civilização cartaginesa suscitou, contudo, algumas opiniões mais favoráveis, como a de Apiano, que os comparou aos gregos em poderio e aos Persas em riqueza.
.A passagem dos Cartagineses pelo ocidente Peninsular, no século III A.C., quando da
Foi durante o governo de Amílcar Barca, quando Cartagena se tornou a capital da Hispânia Púnica (238-229), que foram submetidas pelos cartagineses algumas tribos de lusitanos. Há vestígios da sua influência em Ossnoba (Faro)e, no tempo de Aníbal, teriam fundado Portus Hannibalis, que devia localizar-se em Portimão ou Alvor.
Investigações recentes puseram a descoberto um par de arrecadas do tesouro de Gaio em Sines, de feitura ou influência cartaginesa. Também em Monsanto e no Golegã se encontraram arrecadas de ouro do mesmo tipo.
Arrecadas Púnicas
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A língua portuguesa guarda alguns termos de origem púnica, como mappa (toalha), matta (esteira) e nata (capa).
É ainda possível que certos nomes náuticos, como galera , barca e galeota, tenham raiz fenícia por via cartaginesa. Mas sendo um povo que apenas passou pelo território português, a sua influência nos nossos usos e costumes é praticamente nula.
Comerciavam principalmente tecidos, cerâmica e armas. Nota -
Para uma informação bastante detalhada deste período histórico, leia-se História de Portugal - edição monumental - pelo professor Damião Peres.
Marcas da presença humana
As marcas da presença humana neste período da História do território onde hoje é Portugal, são imensas e por todo o País se encontram ruínas de Antas, Menires, Cromeleques ( Conjuntos de Menires ) castros, citânias, desde 4.000 A.C. até Séc. IV e Séc. III A.C.
Cerca de 500 AC, as culturas da Idade do Ferro predominavam no norte. Povoações Célticas, entrincheiradas no alto dos montes ( castros, citânias) conservaram a sua vitalidade depois da conquista Romana
Após a Primeira Guerra Púnica ( 264-241 AC ), os Cartagineses decidiram conquistar a Península Ibérica . Mas o seu domínio , aliás incompleto no quadro geográfico hispânico, foi efémero. Com a Segunda Guerra Púnica ( 218 - 201 AC ) Roma dominou as costas este e sul da península, e os povos célticos que tinham sido absorvidos pela população indígena ocuparam o oeste.
Já existiam Castros durante o Neolítico e a Idade do Bronze, muito antes das Invasões Célticas. Julga-se que a Cultura Ibérica desses povoados se misturou com os elementos célticos sem quebras de continuidade
Economia na Pré-nacionalidade
Antes da chegada dos romanos na Península Ibérica, a península teve de base rural economia de subsisténcia com comércio muito limitado, com excepção das grandes cidades na costa do Mediterráneo, que tiveram contacto com comerciantes gregos e fenícios.Ibericos e celtas foram alguns dos primeiros grupos presentes no território, com a economia celta centrada na pecuária, agricultura e trabalho de metais.
As Religiões na Lusitânia
O fenómeno religioso, na sua historicidade, tem sido alvo de múltiplas abordagens interpretativas. Recorde-se Frazer e a abrangência comparativista; Lévi-Strauss e os arquétipos estruturalistas; Dumézil e os esquemas funcionalistas; Eliade e a universalidade do simbólico. Porém, nada mais genial do que a breve metáfora engendrada pelo inglês Murray, desde logo adoptada e desenvolvida por Dodds no seu irreverente estudo sobre a cultura grega e o irracional: o fenómeno religioso revela-se, em todas as épocas e regiões, como um “conglomerado herdado”.
E comenta Dodds: “A metáfora geológica é feliz porque o crescimento religioso é (...) a aglomeração mais do que a substituição”. Por isso, quando hoje estudamos as religiões do passado, não procuramos apenas conhecer melhor as nossas longínquas raízes culturais, antes lidamos com qualquer coisa ainda presente – embora de forma parcelar e, por vezes, subjectiva – na nossa actual vivência como Homo religiosus que (queiramos ou não...) todos somos.
Hispania Aeterna e Roma Aeterna. Duas tradições que convergem e se sincretizam por força da Pax Romana. Mas que o Oriente, donde sempre vem a Luz, acaba por “converter”... E o “aglomerado” vai-se avolumando, encobrindo ou evidenciando aqui e além alguns dos seus componentes, mas nada perdendo, tudo armazenando. São forças secretas da Natureza, numina tutelares, divindades várias, heróis deificados, práticas rituais e mágicas, a Vida e a Morte.
São textos obscuros, que é preciso decifrar para ler, são objectos e imagens de um passado duas vezes milenar que, após descodificados, se vêm a revelar bem mais presentes do que suporíamos. Será o Tempo uma quimera?
Um nome, por detrás de tudo isto: Leite de Vasconcellos, o grande estudioso que, há cem anos, pela primeira vez estudou exaustiva e metodicamente as Religiões da Lusitânia.
Chegada dos romanos (218 AC)
Os romanos invadiram a Península Ibérica em 218 AC. Uma federação céltica, a Lusitânia, resistiu à penetração romana sob o brilhante comando de Viriato. Depois do seu assassinato ( cerca 140 AC ), Decius Junius Brutus pôde marchar para o norte, através do centro de Portugal, atravessou o rio Douro e subjugou a Galiza.
Julio César esteve na Lusitânia em campanhas militares de pacificação, e governou o território por algum tempo. A mais famosa das campanhas foi a batalha de Munda contra Pompeu ( 45 AC ), no comando da sua veterana e famosa 10ª Legião. No entanto só com Octávio César Augusto em 25 AC, terminou a conquista da Ibéria ou Hispânia para Roma.
De acordo com a literatura greco-latina, a fundação das primeiras colónias fenícias no Ocidente deu-se por volta de 1100 a. C., noentanto, esta informação não está comprovada ao nível do registoarqueológico. De acordo com as últimas investigações arqueológicasefetuadas em Espanha, não se encontram vestígios da fundação decolónias anteriores ao século VII a. C.
Os Fenícios ocupavam o que restava do antigo território de Canaã, quecorresponde sensivelmente ao atual território do Líbano, por volta de1200 a. C. Não tinham um Estado e distribuíam-se por diversas cidades, sem ligações entre si, que controlavam os territórios adjacentes.
Cronologia do Período Foz Côa a Júlio César
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18000 AC
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Data provável das gravuras de Foz Côa
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7000 AC
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Fim do período Paleolítico. O vale do Tejo era povoado por pescadores e caçadores que viviam perto dos estuários dos rios
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3000 AC
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Povos neolíticos construíram monumentos funerários elementares e começaram a praticar a agricultura
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2000 AC
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Fim do período neolítico
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1500 AC
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Começo da Idade do Bronze. A Ibéria colonizada pelos Ligures. Possível chegada dos Iberos desde o Norte de África
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1200 AC
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Chegada dos Fenícios
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1000 AC
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Começo da Idade do Ferro
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800 AC
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Chegada dos Celtas
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753 AC
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Fundação lendária de Roma
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700 AC
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Chegada dos gregos
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625 AC
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Nabucodonosor reconstrói a Babilónia
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587 AC
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Destruição de Jerusaém
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522 AC
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Aparecimento na Índia de Buda e Mahavira
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508 AC
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Fundação da Democracia Ateniense
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500 AC
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Chegam os Cartagineses
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218 AC
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Desembarque de tropas Romanas na Hispânia ou Península Ibérica
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148 AC
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Assassínio de Viriato
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83 AC
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Primeiro triunvirato: César, Pompeu e Crasso
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72 AC
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Assassínio de Sertório
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27 AC
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A Hispânia Ulterior é dividida em duas províncias: Lusitânia e Bétic
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Um comentário:
No capítulo "As Religiões na Lusitânia, aparece a palavra «numina»!
Como não encontro o seu significado, gostaria de saber a que se refere.
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